Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, presidente dos EUA ainda chamou a luta contra mudanças climáticas de ‘maior golpe da história’ e ameaçou nações que seguirem comprando petróleo russo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou seu discurso na Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira (23) para atacar a política migratória europeia, criticar a própria Organização das Nações Unidas e defender uma agenda energética centrada no petróleo e na energia nuclear. Trump afirmou que a “imigração ilegal está arruinando os países do Ocidente” e acusou a ONU de “financiando um ataque contra as nações ocidentais”. Em tom de advertência aos líderes europeus, declarou que “seus países estão indo para o inferno” por não conterem os fluxos de imigrantes, que, segundo ele, são incentivados por um discurso de “politicamente correto”.
O presidente também exigiu que países europeus “interrompam imediatamente todas as compras de energia da Rússia” e acusou China e Índia de, com suas compras de energia, “financiarem a guerra na Ucrânia“. Na mesma linha, disse que Pequim é o maior emissor de gás carbono entre as nações desenvolvidas. Sobre energia, Trump criticou duramente as renováveis, chamando a energia eólica de “piada” e “muito cara”, e afirmou que países como Alemanha e Reino Unido demonstraram os riscos da transição. Defendeu a energia nuclear como segura “se você souber usá-la corretamente” e enalteceu sua política de incentivo ao petróleo: “perfure, baby, perfure”.
Ao comentar alertas científicos sobre o clima, afirmou que “diziam que aquecimento global iria acabar com o mundo, mas ficou mais frio. Por isso, agora, eles chamam de mudança climática”, e classificou a mudança climática como “o maior golpe da história”, chamando a pegada de carbono de “uma farsa”.
Na área de segurança, Trump acusou o governo da Venezuela de permitir que “vários barcos com drogas estão saindo da Venezuela em direção aos EUA” e apontou Nicolás Maduro como suposto líder de redes de tráfico. Em tom ameaçador, disse: “A qualquer terrorista que esteja traficando drogas venenosas para os Estados Unidos da América: esteja avisado, nós o explodiremos”. A declaração veio após, segundo o governo americano citado no discurso, ataques contra embarcações no Caribe que teriam resultado em pelo menos 14 mortos.
O presidente também comentou a questão palestina, afirmando que o reconhecimento de um Estado palestino seria “uma recompensa” pelos ataques de 7 de Outubro — referência usada por Trump para relacionar o tema à guerra em Gaza — e afirmou que sua atuação diplomática trouxe paz a “sete conflitos”, embora tenha criticado a ONU por não estar “à altura” de seu potencial.
O discurso, que ultrapassou os 15 minutos protocolares, teve momentos de descontração e falhas técnicas: Trump foi sarcástico ao subir ao plenário após as escadas rolantes apresentarem problema e chegou a ironizar um eventual mau funcionamento do teleprompter. Ainda na Assembleia, o presidente anunciou ter se cruzado com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que os dois se reunirão “na próxima semana” — o petista havia discursado antes, criticando medidas unilaterais contra instituições e economias.
A intervenção de Trump marcou mais um momento de confronto entre a diplomacia americana e temas centrais na agenda internacional — migração, clima, energia e segurança — e deve repercutir nos debates sobre cooperação multilaterial e políticas nacionais nos próximos dias.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan