Nesta quinta-feira (5), o governo iraniano reagiu com duras críticas à decisão dos Estados Unidos de bloquear uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia um cessar-fogo imediato em Gaza e garantia de ajuda humanitária à população palestina. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Irã classificou o veto americano como um “ato de cumplicidade com os crimes do regime sionista” — termo usado pelo país para se referir a Israel.
O veto que isolou os EUA
A proposta, que contou com 14 votos a favor e apenas um contra (o dos EUA), exigia:
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Um cessar-fogo permanente e incondicional;
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A libertação dos reféns mantidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro de 2023;
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Acesso irrestrito a ajuda humanitária em Gaza, incluindo distribuição segura pela ONU.
A decisão americana revela a divisão global em torno do conflito, especialmente porque os EUA são um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de veto.
O posicionamento do Irã e a tensão histórica
O Irã, que não reconhece Israel e o chama de “entidade sionista”, tem na causa palestina um dos eixos de sua política externa desde a Revolução Islâmica (1979). As relações entre Teerã e Washington já estão rompidas há 40 anos, e o veto na ONU só reforça a hostilidade entre os dois países.
Enquanto a guerra em Gaza se intensifica, o veto americano deve alimentar ainda mais as críticas internacionais sobre o papel dos EUA no conflito. Para o Irã, a medida é mais uma prova do alinhamento incondicional de Washington com Israel.