Em bate-boca nas redes sociais; Vereadoras discordaram sobre aprovação da PEC da Blindagem na Câmara; Amanda disse que ‘não discute com forasteiros’ e foi acusada pela colega de não gostar de imigrantes’
Um caloroso embate nas redes sociais entre as vereadoras de São Paulo Amanda Vettorazzo (União Brasil) e Zoe Martínez (PL) expôs divergências sobre a recém-aprovada PEC da Blindagem, com a discussão culminando em ataques pessoais e acusações de xenofobia. A Proposta de Emenda à Constituição, que tramita no Congresso Nacional, visa ampliar as proteções legais a parlamentares, dificultando a abertura de processos criminais e prisões. O texto-base foi aprovado na Câmara dos Deputados na noite de terça-feira (16), com a análise concluída na manhã seguinte (17), seguindo agora para o Senado.
O projeto propõe mudanças significativas nos artigos 53 e 102 da Constituição Federal. Entre os pontos mais debatidos e mantidos, está a previsão de votação secreta para autorizar a abertura de investigações contra parlamentares. Amanda fez uma postagem contundente, criticando a aprovação da PEC, que ela atribuiu a “bolsonaristas e ao Centrão”. A vereadora expressou grande preocupação com o que chamou de “imunidade eterna” concedida aos parlamentares.
Segundo Vetorazzo, a PEC estabelece que deputados e senadores só seriam investigados ou processados no Supremo Tribunal Federal (STF) com aval prévio da Câmara ou Senado, que a prisão em flagrante seria restrita a crimes inafiançáveis e que decisões do Congresso para suspender investigações não poderiam ser revistas pelo Judiciário. Ela ainda alertou que qualquer investigação só seria instaurada através de uma “votação secreta feita pelo Congresso”, um “verdadeiro escárnio”.
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O texto da PEC, de fato, propõe que parlamentares não possam ser processados criminalmente sem autorização da respectiva Casa legislativa, que deverá decidir em até 90 dias após o recebimento da ordem do STF, por meio de votação secreta. Quanto à prisão em flagrante, a proposta acompanha a Constituição atual, que já prevê que membros do Congresso não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, sem licença prévia de sua Casa. No entanto, a PEC adiciona que, mesmo em casos de flagrante de crime inafiançável, os parlamentares decidem em até 24 horas sobre a prisão e autorizam ou não a formação de culpa, também por votação secreta.
Zoe Martínez Defende a PEC
Zoe Martínez, por sua vez, rebateu as críticas de Vettorazzo, acusando-a de “invenções” e sugerindo desconhecimento da Constituição. A vereadora, notória defensora do ex-presidente Jair Bolsonaro, argumentou que a exigência de aval para investigação e processo, bem como as condições para prisão em flagrante, já estão previstas na Constituição Federal, citando os artigos 53, § 2º e § 3º.
Vamos lá, turma do MBL. Deixem os bolsonaristas ensinarem vocês!
Respondendo as suas invenções:– Primeiro: Conforme o art. 53, § 3º da Constituição Federal, se for recebida denúncia contra senador ou deputado por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará… pic.twitter.com/dVVa92zZ9I
— Zoe Martínez (@zoemartinez_05) September 17, 2025
Ela argumenta que, com o retorno de um texto similar ao original da CF, seria necessária autorização para abertura de processo, mas não de inquérito, e que a investigação continuaria permitida. A ideia de autorização prévia da Casa para processos criminais já esteve em vigor na Constituição de 1988, mas foi suprimida em 2001. A PEC propõe restabelecer essa medida.
Escalada para ataques pessoais e acusações de xenofobia
A discussão se intensificou quando Amanda Vettorazzo reiterou sua preocupação com a impunidade, usando exemplos chocantes de crimes que, segundo ela, seriam protegidos pela PEC. Zoe Martínez, então, desviou para fatos específicos, como o caso da deputada Flor de Lis, e criticou o Supremo Tribunal Federal, afirmando que “os corruptos já estão blindados pelo STF”. A vereadora cubana provocou Amanda, chamando-a de “papagaio do movimento Bumbum Livre” — Vettorazzo é filiada ao MBL — e “bandejão da municipalidade”.
“Bandejão da municipalidade”? Que expressão é essa? Veio do espanhol? O que você quis dizer, vereadora?
Enfim, estou em sessão trabalhando. Muito ocupada pra ficar batendo boca com forasteira. pic.twitter.com/lYTnaDltTT
— Amanda Vettorazzo (@Amandavettorazz) September 17, 2025
“Bandejão da municipalidade? Que expressão é essa? Veio do espanhol? O que você quis dizer, vereadora?”, indagou Vettorazzo, que finalizou sua participação dizendo-se “muito ocupada para ficar batendo boca com forasteira”, seguida de uma foto sua em sessão. Em sua tréplica, Zoe Martínez ironizou a foto de Amanda, disse que a colega está “sempre mostrando os peitinhos” e a acusou de preconceito contra imigrantes ao usar o termo “forasteira”. Ela afirmou que “ser forasteira nunca foi uma opção” e que diminuir sua história atinge “todos os imigrantes que construíram São Paulo”, concluindo: “Amanda Vettorazzo é uma vereadora que não gosta de imigrantes!”.
Sempre mostrando os peitinhos e de vestidinho curtinho hahaha cada um se vira como pode, né?
— Zoe Martínez (@zoemartinez_05) September 17, 2025
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan