O dólar é a moeda mais usada no mundo para se basear o preço das coisas, além de ser uma das mais conhecidas e valorizadas, mas o que muitas pessoas não sabem é que ela não é exclusividade dos EUA. Assim como qualquer outra moeda, o dólar, também, enfrenta as oscilações do mercado, tanto que, na última terça-feira, ele ficou abaixo dos R$ 5,80, após 12 sessões seguidas de baixas e a maior sequência negativa em 20 anos. Mas por que o dólar caiu?
Para se ter uma noção, a moeda americana à vista fechou em queda de 0,76%, aos R$ 5,7719. Essa foi a menor cotação desde o dia 19 de novembro de 2024, época em que estava R$ 5,7679. O motivo pelo qual o dólar caiu não é isolado e até os analistas tem dúvidas se esse movimento continuará.
Motivos pelos quais o dólar caiu
Jovem Pan
1 – Trump trade mais fraco
Desde o começo do mandato de Trump, no dia 20 de janeiro, o dólar registrou quedas, mas sem nenhum sinal de que isso iria ter medidas imediatas que afetasse a economia. No entanto, o mercado teve um susto depois do presidente dos EUA anunciar a taxação de produtos do México, Canadá e da China.
“Prevalece no mercado a impressão de que Trump usa a ameaça de tarifas como ferramenta para trazer os países para a mesa de negociação, sem a política comercial já definida. Isso reduz a percepção de risco neste primeiro momento”, apontou o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, ao Broadcast.
2 – Dados dos EUA mais fracos
O dólar caiu no mundo todo com dados aquém do que se esperava nos EUA, em dezembro, como no caso das encomendas à indústria e a abertura de postos de trabalho, conforme o relatório feito pela Jolts.
“A pesquisa Jolts sugere que, finalmente, o mercado de trabalho americano está perdendo força. Isso, teoricamente, abre caminho para o Federal Reserve ser menos conservador, na política monetária, do que o esperado, e isso ajuda a empurrar o dólar para baixo”, afirmou André Galhardo, consultor da plataforma de transferência internacional Remessa Online.
3 – Carry trade
Outro motivo pelo qual o dólar caiu foi o aumento na atratividade de operações de carry trade. Isso porque, com as seguidas altas da taxa Selic, o carregamento de posições compradas em dólar acabou sendo de alto custo. Para quem não sabe, carry trade é uma operação de empréstimo de dinheiro em um país com juros mais baixos para investir em outro que tenha taxas mais altas.
“Outras moedas, também, ganham contra o dólar. Contudo, há evidências de que os efeitos cumulativos das altas dos juros, no Brasil, podem ter efeito sobre a dinâmica cambial”, pontuou o economista André Perfeito.
4 – Notícias político-econômicas
Conforme um relatório feito pela equipe de análise econômica do Bradesco, a trajetória para a dívida pública brasileira também influencia na queda do dólar. “Os próximos meses marcarão a pior combinação entre inflação e atividade dos últimos períodos. Os índices de preços ainda responderão a depreciação cambial, A inércia e as surpresas com o crescimento manifestado nos núcleos”, ressaltou o documento.
Sabendo desses riscos de desaceleração do PIB, o Banco Central limitou os cenários mais extremos para a Selic. Consequentemente isso diminuiu as chances de uma discussão a respeito da dominância fiscal que causou medo no mercado.
Outro ponto são as eleições de 2026. O aumento da rejeição de Lula, nas pesquisas, pode causar mudança no pêndulo político. Isso traz esperanças de políticas mais pró-mercado na próxima gestão e isso começou a influenciar os ativos de forma precoce.
Fonte: InfoMoney
Imagens: Jovem Pan
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