A companhia aérea Azul será obrigada a fazer alterações na programação de frota para alguns de seus voos internacionais. No início deste mês, o Departamento de Transportes (DOT, na sigla em inglês) dos Estados Unidos negou um pedido da HiFly – empresa portuguesa da qual a aérea brasileira aluga aviões e tripulação para algumas operações no exterior – para voos entre Belo Horizonte e Orlando, na Flórida.
O DOT não especificou os motivos que levaram à negativa.
Qual avião fará os voos de BH para Orlando?
Com isso, a Azul se prepara para duas mudanças, válidas imediatamente: um avião da EuroAtlantic – outra empresa de aluguel de aeronaves – que operava os voos da aérea do Recife para a Europa será escalado no lugar da HiFly. O modelo da HiFly, por sua vez, substituirá a EuroAtlantic entre a capital pernambucana e os destinos europeus.
O modelo da EuroAtlantic que agora vai fazer Belo Horizonte-Orlando é um Boeing 767-300 com mais de 20 anos de uso. Embora a idade de um avião não signifique mais ou menos segurança, trata-se de um equipamento mais antigo e que pode desagradar a alguns passageiros, sobretudo considerando que não traz a bordo o padrão de conforto da Azul.
O Boeing 767 em questão é o mesmo que retornou ao Recife em dois dias seguidos no início de junho, quando decolava para o voo inaugural da empresa para Madri.

Classe executiva em um avião da EuroAtlantic
A mudança significa uma perda importante de qualidade para os passageiros de Belo Horizonte, que até então viajavam para a Flórida em aviões próprios da Azul. E a tentativa de escalar a HiFly da capital mineira para Orlando indica que a empresa já tinha planos de alterar o seu equipamento nesta rota.
O Melhores Destinos procurou a Azul e a HiFly para um posicionamento sobre essas mudanças e aguarda retorno.
O que é o modelo de aluguel de aviões?
Na aviação, é comum que companhias aéreas precisem recorrer a serviços terceirizados para garantir algumas de suas operações. Medidas assim ganharam ainda mais força desde a pandemia, já que as fabricantes de aviões estão atrasando entregas de novos modelos por conta de problemas na cadeia global de suprimentos.
Isso tem afetado a maioria das companhias aéreas que têm contratos com empresas como Airbus, Boeing e Embraer.
Assim, entra em cena o modelo ACMI – sigla em inglês para Aircraft (avião), Crew (tripulação), Maintenance (manutenção) e Insurance (seguro) -, opção para que uma companhia aérea “terceirize” uma operação que não consiga fazer com recursos próprios. O aluguel pode ser completo ou parcial, dependendo da necessidade.
É o que a Azul vem fazendo ao contratar a HiFly e a EuroAtlantic e que se repete com outras companhias aéreas ao redor do mundo. Se por um lado isso garante que os voos decolem, a grande desvantagem é que o padrão da empresa pode ficar totalmente em segundo plano, desde a identificação externa até a qualidade de assentos ou do serviço de bordo.