O reino animal é surpreendente e diverso, um belo exemplo disso é o relacionamento estabelecido por essas duas espécies totalmente diferentes. Ao que que tudo indica, o convívio foi benéfico para ambos. O encontro aconteceu na ilha de Yakushima, no Japão, onde macacos montam em cervos.
Na simbiose desses animais, os macacos-japoneses ganharam uma carona nas costas dos cervos sika. A relação é cordial, afinal, os ruminantes se alimentam das frutas que os primatas coletam das copas das árvores.
Os macacos montados nas costas dos cervos não é uma mera coincidência, tanto que uma equipe de pesquisadores internacionais descobriu que as duas espécies dão sinais ativos à outra para começar esse comportamento.
“Eu acho que eles, realmente, tentam interagir e adquirir benefícios juntos. Para mim eles entendem um ao outro”, disse Cedric Sueur, coautor do estudo.
Pode parecer algo estranho de primeira, mas é relativamente comum que os animais adotem comportamentos de membros da sua espécie. Como por exemplo, as baleias que vivem em um grupo tem inflexões únicas nas canções que são como “dialetos” ou “sotaques”.
Macacos montam em cervos
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Galileu
Na visão dos pesquisadores, isso é uma coisa parecida com uma “cultura”, já que cria tendências de comportamento. Entretanto, o comportamento onde macacos montam em cervos é visto por Sueur e seus colegas como uma coisa mais complexa, uma “cocultura”.
Para os pesquisadores, o estudo dessas interações dá um novo olhar pelo qual é possível explorar as complexidades do comportamento animal e concluir como a cultura pode agir como um tipo de segunda herança já que a colaboração entre as espécies, provavelmente, acelera a evolução.
“Muitas espécies demonstram uma cocultura, só nunca tínhamos pensado essa relação nesses termos”, apontou Sueur.
“A ideia de que animais poderiam ter cultura foi tabu por muito tempo e, hoje em dia, os exemplos estão por toda parte. Faz todo o sentido que espécies diferentes influenciem umas às outras na forma como vivem e como respondem ao mundo”, afirmou Jean-Baptiste Leca, etólogo do Canadá, que colaborou com o estudo.
Embora essas descobertas tenham sido feitas, os pesquisadores pontuam que, ainda, existe muito trabalho para ser feito no surgimento da cocultura. Mesmo que a ideia pareça uma extensão natural do que se entende como aprendizado social, em termos práticos isso não é algo fácil de ser demonstrado.
Fonte: Galileu
Imagens: Galileu
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