A pressão exercida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o rei Abdullah II da Jordânia para receber palestinos pode ter consequências significativas para a geopolítica do Oriente Médio, segundo análise do professor Danny Zahreddine, professor de Relações Internacionais da PUC.
Durante participação no WW, Zahreddine destacou a complexidade da situação na região, especialmente considerando a delicada composição demográfica da Jordânia.
“A Jordânia é um país que vive uma situação extraordinariamente delicada, é daqueles países que não tem petróleo, não tem nada, tem uma situação geográfica difícil e uma composição demográfica particularmente delicada de ser mantida por uma monarquia”, explicou o professor.
Equilíbrio demográfico e histórico de tensões
O especialista ressaltou que a Jordânia já possui uma maioria populacional de origem palestina, o que torna a proposta de Trump ainda mais sensível.
Além disso, Zahreddine lembrou o histórico de tensões na região, citando o assassinato do fundador da Jordânia moderna, o rei Abdullah I, na Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém.
“Trump está mexendo com algo fundamental na região e vai conseguir o quê? Esse é o problema, ele vai conseguir confusão e unir os árabes e o mundo muçulmano”, alertou o professor.
Papel estratégico do Egito e da Arábia Saudita
Zahreddine também destacou o papel crucial do Egito e da Arábia Saudita neste cenário. Ele observou que o Egito, como “a maior sociedade de massas árabe”, mantém uma relação formal estabelecida com Israel, enquanto a Arábia Saudita tem se mantido notavelmente silenciosa sobre a questão.
“Eu acho que as próximas 48 horas serão fundamentais na chancelaria catari, para chancelaria egípcia e para os sauditas tentarem encontrar uma saída para essa questão”, finalizou Zahreddine.
Fonte: CNN Brasil