Um “buraco” cósmico ao nosso redor?
Você já parou para pensar que, apesar de o universo parecer cheio de galáxias, estrelas e planetas, ele também tem regiões quase vazias? E se eu te contar que a Terra e toda a Via Láctea podem estar dentro de um desses vazios gigantescos?
Segundo uma pesquisa apresentada por cientistas da Universidade de Portsmouth, nossa galáxia pode estar bem no centro de um “vazio cósmico” com até um bilhão de anos-luz de largura. Para comparar, esse tamanho é tão absurdo que daria para colocar centenas de milhares de galáxias como a nossa lá dentro.
O tal do “Hubble Tension”
Esse vazio pode ser a chave para resolver uma das maiores tretas da astronomia moderna: a chamada Hubble Tension. O nome parece título de filme, mas na prática é o seguinte: dependendo de como você mede, a expansão do universo parece ter velocidades diferentes.
Quando os cientistas olham para regiões distantes, o universo parece expandir mais devagar. Já quando medem aqui perto, dá a impressão de que tudo está acelerado.
Como descobriram isso?
A equipe analisou algo chamado oscilações acústicas de bárions (BAOs), basicamente, as “ondas sonoras” do Big Bang que ficaram gravadas no tecido do universo. Ao observar como essas ondas influenciaram a distribuição das galáxias ao longo de bilhões de anos, os cientistas notaram que algo estava diferente perto da nossa vizinhança cósmica.
Se estivermos mesmo no meio de um vazio, esse padrão de galáxias ficaria distorcido. E adivinha só? Foi exatamente o que os dados mostraram.

As galáxias tendem a se aglomerar, como no Aglomerado de Perseu, com grandes vazios entre elas. Mas, em grandes escalas, tudo deve se equilibrar. – Crédito: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, processamento de imagem por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi
Um lugar solitário no espaço
Para que esse vazio explique a tal Hubble Tension, ele teria que ter 20% menos galáxias do que a média do universo. Ou seja, nossa “rua cósmica” é bem mais vazia que o normal. É tipo morar em um bairro onde todo mundo se mudou, e só restaram algumas casas perdidas? É mais ou menos isso que pode estar acontecendo com a Via Láctea.
E isso pode até mudar nossa forma de entender o universo. Afinal, a teoria padrão da cosmologia diz que, em escalas muito grandes, tudo deveria se equilibrar, nada de buracos cósmicos gigantes.
O que isso significa para nós?
Esse vazio não vai engolir a gente nem nada parecido. O impacto é científico: se estivermos mesmo dentro de um “buraco vazio” do cosmos, isso pode ajudar os astrônomos a recalcular a taxa de expansão do universo e, quem sabe, resolver uma das maiores disputas da física moderna.
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