A tentação do cochilo no avião
Quem nunca pensou: “Ah, vou aproveitar a decolagem para fechar os olhos rapidinho”? Afinal, com aquela espera no portão de embarque, mais a correria do aeroporto, dormir parece até inevitável. Mas acredite, pegar no sono na hora errada pode custar caro para os seus ouvidos.
O que acontece no corpo durante a decolagem e o pouso?
Quando o avião sobe ou desce, a pressão do ar muda rapidamente. E adivinha quem sofre com isso? Seus tímpanos. Eles funcionam como uma membrana sensível, que precisa se ajustar para igualar a pressão externa com a interna. Só que esse processo não acontece automaticamente, ele depende de pequenas ações, como engolir saliva, mascar chiclete ou bocejar.
É aí que entra o problema: se você está dormindo, não faz nada disso. Resultado? A pressão se acumula nos ouvidos, causando aquele desconforto conhecido como “ouvido tampado”. Em casos mais graves, pode até rolar uma lesão chamada barotrauma.
Barotrauma: o vilão escondido
O nome assusta, mas calma: geralmente não é nada sério. O barotrauma é uma lesão causada pela diferença de pressão, que pode provocar dor, zumbido e até pequenas lesões no ouvido interno. Em voos longos ou em pessoas com resfriado, alergia ou sinusite, o risco aumenta bastante.
Já imaginou começar as férias com dor de ouvido só porque quis cochilar? Pois é. Às vezes, ficar acordado por 20 minutinhos faz toda a diferença.
Por que os comissários insistem tanto?
Não é só paranoia. Os comissários de bordo recebem treinamento para alertar passageiros sobre os riscos. Além da questão dos ouvidos, ficar acordado nesses momentos é importante para a própria segurança. Se houver uma emergência, é na decolagem e no pouso que os incidentes mais acontecem. Ou seja, dormir justamente nessa hora é como perder o clímax do filme, só que em versão perigosa.
Dicas para proteger seus ouvidos
Se você tem o hábito de cochilar no avião, não precisa abandonar de vez. Basta adiar o sono para depois que a aeronave estabilizar. Enquanto isso, algumas técnicas podem ajudar a aliviar a pressão:
- Mascar chiclete ou chupar bala: simples e eficiente.
- Bocejar de propósito: mesmo que seja falso, ajuda a abrir a tuba auditiva.
- Manobra de Valsalva: tapar o nariz e soltar o ar devagar para equilibrar a pressão.
- Evitar viajar resfriado: se não der, usar descongestionantes pode ajudar.
E se o ouvido não “destampar”?
Calma, não precisa entrar em pânico. Normalmente, a pressão se ajusta sozinha em algumas horas. Mas se a dor persistir ou vier acompanhada de perda de audição, o ideal é procurar um médico. Afinal, saúde em primeiro lugar, e férias merecem ser curtidas sem incômodos.
Curiosidades de bastidores
Você sabia que até os pilotos sofrem com isso? Apesar do treinamento, eles também estão sujeitos ao desconforto da mudança de pressão. A diferença é que precisam ficar 100% atentos durante todo o voo, nada de soneca no cockpit.
E mais: já houve casos registrados de barotrauma severo em mergulhadores que pegaram avião logo após sair do mar. Isso porque o corpo ainda estava se adaptando às mudanças de pressão da água, e o voo acabou agravando a situação.
Então, vale a pena resistir ao sono?
A resposta é: sim! Ficar acordado durante a decolagem e o pouso não só protege seus ouvidos como garante que você esteja atento caso aconteça algo inesperado. Depois que o avião atinge altitude de cruzeiro, aí sim pode colocar sua playlist relaxante e pegar no sono sem medo.
No fim das contas, a lição é simples: melhor perder uns minutinhos de sono do que ganhar uma dor de ouvido daquelas. E da próxima vez que ouvir o aviso dos comissários, lembre-se: eles não estão exagerando. Seus tímpanos agradecem.
Fonte: Mega Curioso
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