Terremotos ocorrem em vários lugares do mundo todos os anos. Alguns, de proporções massivas, chamam atenção da mídia por conta dos grandes estragos que causam, como o terremoto em Mianmar e na Tailândia no fim do mês passado. Ele deixou centenas de mortos, milhares de feridos e destruiu vários prédios. Infelizmente, esse tipo de desastre natural acontece com uma frequência, e mesmo assim por que é tão difícil prever um terremoto?
Um terremoto é uma vibração provocada pela repentina liberação de energia no interior da Terra. “O terremoto é a propagação de uma onda de vibração de partículas”, explicou Fábio Reis, professor titular do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp de Rio Claro.
A energia é acumulada nas falhas geológicas, que são onde os blocos rochosos se movimentam. “Ele é gerado a partir da liberação da energia de atrito entre dois blocos rochosos”, afirmou o especialista. E como a Terra é dividida em placas tectônicas grandes que se movimentam de forma constante, elas “são como grandes blocos que se deslocam lentamente, e o atrito entre elas pode gerar terremotos”, detalhou Reis.
Por mais que seja difícil prever um terremoto, existem instrumentos para detectar e registrar as vibrações que eles causam, no caso, o chamado sismógrafo. “Ele mede a propagação da onda, essa vibração de partículas. Ele não prevê, ele acompanha o processo de propagação do terremoto”, explicou Reis.
Por conta disso, ao redor do mundo existem sismógrafos espalhados em locais estratégicos. “Esses equipamentos registram a vibração em todos os sentidos, conforme a onda sísmica se espalha”, disse o especialista.
Dificuldade em prever um terremoto

AFP checamos
O motivo de ser tão difícil prever um terremoto é que os pesquisadores sabem onde a energia se acumula, mas não quando ela será liberada. “A grande questão é quando essa energia vai ser liberada”, afirmou Reis.
Outro ponto que dificulta é o fato das falhas geológicas serem profundas e extensas, o que faz com que instalar sensores nelas seja quase impossível. “Muitos terremotos acontecem a 50 km de profundidade, e o furo mais profundo da crosta só chegou a 12 km. Tem esse desafio tecnológico de colocar sensores em uma profundidade que a gente não consegue nem furar ainda”, ressaltou o especialista.
Além disso, a energia pode ser liberada gradualmente ou de uma forma abrupta, o que faz com que prever um terremoto seja uma tarefa ainda mais complexa. E o tipo do solo e a profundidade do epicentro também são fatores que interferem no impacto.
“Pode ser eliminada em sismos pequenos ou liberada de uma vez só em um sismo grande. Um sismo mais próximo da superfície tende a causar mais danos” analisou Reis.
Por conta dessa dificuldade que a preparação da cidade faz toda a diferença nos efeitos que serão sentidos pela população no caso de um terremoto. No caso do Japão, por exemplo, ele tem barreiras e treinamentos para emergência. “A lei japonesa de desastres naturais tem mais de 100 anos”, afirmou o especialista.
Fonte: UOL
Imagens: AFP checamos
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