A longevidade no reino animal impressiona e pode ser vista em animais que não tem características que viverão muito, como o caso das tartarugas que vivem muito e são conhecidas pela lentidão. Para se ter noção, algumas podem viver mais de 100 anos, o que as tornam campeãs de vida longa no reino animal.
No entanto, por qual motivo as tartarugas vivem tanto tempo e outros animais tão pouco? Segundo Patrick Ricardo de Lazari, professor de biologia do Colégio Marista Santo Antônio, no Mato Grosso, o ponto-chave é a fisiologia.
“Elas têm um metabolismo mais lento e, como os processos metabólicos estão diretamente ligados ao envelhecimento celular, esse ritmo mais baixo contribui para que elas vivam mais tempo”, explicou.
É claro que existem outras coisas que fazem as tartarugas viverem tanto tempo. Um papel importante é a genética, além do sistema imunológico (que protege contra as doenças) e a carapaça rígida que age contra os predadores e aumenta as chances de sobrevivência.
Tartarugas vivem tanto tempo

Jornal da USP
Mais um motivo porque as tartarugas vivem tanto tempo é a maneira como elas regulam a temperatura do corpo. “Elas são ectotérmicas, ou seja, dependem do calor externo para se aquecerem. Isso influencia diretamente o metabolismo e, por consequência, a longevidade”, disse Eduardo Maurício Mendes de Lima, professor do programa de pós-graduação em Ciências Animais da Universidade de Brasília (UnB).
Opostamente às tartarugas tem animais com a expectativa de vida super baixa, como espécies como ratos e moscas. No caso deles, o metabolismo opera de forma acelerada. “Ratos silvestres chegam à fase adulta em pouco tempo, passam por vários ciclos reprodutivos, em menos de dois anos, é logo entram no envelhecimento”, afirmou Patrick.
Outros fatores que explicam a rapidez do ciclo biológico é o tamanho do corpo, a temperatura e o gasto energético. “A taxa metabólica de cada espécie é influenciada pela massa corporal e pela temperatura. Quanto mais rápido o metabolismo, menor tende a ser a expectativa de vida”, acrescentou Eduardo.
Por fim, vários dos animais com um ciclo de vida muito rápido estão em posições vulneráveis nas cadeias alimentares. Por exemplo, os roedores tem uma taxa alta de predação no ambiente natural, o que coloca sua expectativa de vida ainda mais baixa.
Nem sempre o tamanho do animal tem relação com seu tempo de vida. “Não dá para estabelecer uma relação direta entre porte físico e expectativa de vida. Existem variações significativas dentro de uma mesma espécie”, observou Patrick.
“É uma relação que depende de como cada organismo funciona internamente. A expectativa de vida é determinada por múltiplos fatores fisiológicos e ecológicos”, apontou Eduardo.
Fonte: Metrópoles
Imagens: Jornal da USP
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