Os Estados Unidos foram escolhidos como país sede do Mundial de 1994 em quatro de julho de 1988, dia da independência nacional. O país recebeu dez dos dezenove votos possíveis, contra sete do Marrocos e somente dois do Brasil. O sorteio ocorreu no Hotel Mövenpick, em Zurique, na Suíça. O presidente da Fifa, o brasileiro João Havelange, justificou que a escolha foi motivada pelos seguintes itens: estádios, garantias de retorno financeiro, infraestrutura de transporte, aeroportos e hotéis. Pela terceira vez na história, desde 1930, a Copa seria na América do Norte. O México tinha recebido a competição em 1970 e 1986.
A Fifa e os organizadores do Mundial adaptaram nove estádios do futebol americano: Rose Bowl (Pasadena-CA), Pontiac Silverdome (Detroit), Stanford (Palo Alto-CA), Giants Stadium (New Jersey), Citrus Bowl (Orlando), Soldier Field (Chicago), Cotton Bowl (Dallas), Foxboro Stadium (Foxborough) e RFK Memorial (Washington).
O Mundial entrou para a história como o que teve o maior público nos estádios: 3.567.408 espectadores, ou seja, 68.604 por jogo. O mascote foi o simpático cãozinho Striker, que vestia roupas com as cores da bandeira americana. Já o cartaz oficial foi confeccionado pelo artista plástico pop Peter Max. A imagem traz a pintura de um jogador chutando uma bola e, abaixo, o globo terrestre com a bandeira dos Estados Unidos.
Os grupos da Copa foram conhecidos a partir do sorteio feito em 19 de dezembro de 1993, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Curiosamente, a cerimônia não foi transmitida pelas TVs do Brasil, pois, no mesmo horário, Palmeiras e Vitória decidiam o Campeonato Brasileiro. Pelé foi vetado de subir ao palco para participar do evento por determinação de João Havelange. O todo-poderoso cartola da Fifa tomou as dores do genro, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, que estava sendo processado, na época, pelo Rei do Futebol.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Pelé amenizou: “Meu problema é com Ricardo Teixeira, presidente da CBF. Há corrupção na entidade”. Já em sua autobiografia, o Rei não escondeu a tristeza de não ter participado diretamente do sorteio: “[…] Fiquei muito desapontado porque achava que tinha feito muito para que os Estados Unidos fossem anfitriões do evento. Também fiquei triste porque Havelange agiu sem ter pleno conhecimento da situação. Ele era quase como um pai para mim […]”. No palco, além da escolha das bolinhas, o público acompanhou shows de ícones da música: James Brown, Rod Stewart e Stevie Wonder. Outro ponto alto foi quando o ator Robin Williams fez brincadeiras constrangedoras com o secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter.
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Apesar do desconhecimento sobre o futebol, os americanos organizaram a Copa que foi vencida pela seleção brasileira: fim da fila, depois de 24 anos.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Fonte: Jovem Pan