Uma empresa americana que opera em Serra Verde, Goiás, está exportando praticamente toda sua produção de terras raras para a China, revelou Raul Jungmann em entrevista ao WW desta sexta-feira (25). O caso ilustra a dinâmica peculiar do mercado global desses minerais estratégicos.
A China, além de ser uma grande produtora de terras raras, domina entre 80% e 90% do processo de refinamento desses minerais. O especialista explica que este domínio foi construído ao longo das últimas décadas, desde os anos 1960 e 1970, quando o país asiático começou a desenvolver competência neste setor.
Complexidade do processo
As terras raras em estado bruto têm aplicação limitada, necessitando de processos sofisticados de separação e refinamento. O procedimento envolve técnicas como flotação e requer alto nível tecnológico para separar o mineral do material estéril.
Estes minerais são fundamentais para diversos setores estratégicos, incluindo tecnologia, aviação e fabricação de ligas especiais. Segundo o especialista, o desenvolvimento de um projeto de mineração de terras raras, considerando apenas a etapa de extração, demanda no mínimo cinco anos para iniciar as operações.
Desafios para o Brasil
De acordo com Jungmann, para estabelecer uma operação completa de processamento de terras raras, o Brasil precisaria desenvolver tecnologia própria ou buscar acordos de transferência tecnológica. Além disso, projetos desta natureza exigem infraestrutura robusta, incluindo portos, minerodutos ou linhas férreas, dependendo da localização.
Fonte: CNN Brasil