O país pretende fazer com que o milhão de pessoas que vive na região, onde uma organização chancelada pelas Nações Unidas declarou uma situação de fome, se desloque para o sul
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) defenderam nesta quinta-feira (4) as demolições em massa nos bairros de Zaitun e Shujaiya, na Cidade de Gaza, como parte do plano de Israel de ocupar a região e as justificaram como algo “que acontece em uma guerra”.
“As IDF não têm como objetivo demolir prédios. Esse não é um de nossos propósitos. Isso acontece no contexto dos combates, como consequência tanto das operações do Hamas quanto das nossas”, declarou em entrevista coletiva virtual o porta-voz das forças para a imprensa estrangeira, Nadav Shoshani.
O representante explicou que as tropas israelenses atuam em Zaitun e Shujaiya, dois bairros periféricos a leste e sudeste da Cidade de Gaza, como parte do avanço em direção ao centro, onde vive quase um milhão de pessoas. “O Hamas tentou estabelecer zonas de contenção para a luta e o terrorismo contra nós. Combatemos nesses locais, tomando a infraestrutura subterrânea e aérea e avançando em direção ao centro de Gaza”, ressaltou.
Fontes locais disseram à Agência EFE que as tropas israelenses continuam avançando no bairro de Zaitun, onde destroem e demolem casas. Além disso, elas também estão avançando pelo nordeste, cercando a capital e forçando milhares de pessoas a se refugiarem na região costeira a oeste da cidade, onde vivem em dezenas de tendas.
“Cada noite é pior do que a anterior. As forças (israelenses) avançam muito lentamente. Elas destroem tudo antes de avançar. As pessoas estão sendo levadas para o oeste. A maioria não quer ir para o sul”, relatou um morador da cidade à EFE nesta quinta-feira.
Israel pretende fazer com que o milhão de pessoas que vive na cidade, onde uma organização chancelada pelas Nações Unidas declarou uma situação de fome, se desloque para o sul. O país afirma que está preparando um local para elas, mas organizações humanitárias denunciam que não há espaço suficiente, já que outro milhão de pessoas já vive em um território muito pequeno. A população também estaria muito fraca para enfrentar um novo deslocamento.
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Segundo dados do governo da Faixa de Gaza, desde o início da ofensiva militar israelense contra a capital, em 13 de agosto, pelo menos 1.100 palestinos morreram na Cidade de Gaza. A maior cidade do território é considerada pelas autoridades militares israelenses como uma “zona de combate perigosa”. O Hamas afirma que, desde então, Israel detonou mais de 100 robôs explosivos em ruas e becos cheios de civis e realizou mais de 70 ataques aéreos diretos.
*Com informações da EFE
Publicado por Nátaly Tenório
Fonte: Jovem Pan