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O Grupo Abra, do qual as companhias aéreas Gol, Avianca e Wamos Air fazem parte, está avaliando a compra de aviões Embraer E2 ou Airbus A220. Em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o CEO da Gol, Celso Ferrer, afirmou que “é uma possibilidade, mas do Grupo Abra, e vai ser feito num momento certo”.

Este é mais um capítulo das movimentações das companhias aéreas em torno de suas frotas. Na semana passada, a Gol anunciou que vai adquirir sete Airbus A330-900neo – aviões de corredor duplo, usados para viagens de longa distância. Essas aeronaves vão para o Grupo Abra, que decidirá em qual marca fará a alocação do equipamento.
Ontem, porém, o próprio CEO da Gol afirmou que “tem interesse” em ver os Airbus A330 voando pela empresa no Brasil.
Além dos aviões anunciados pela aérea brasileira, o Grupo Abra confirmou a compra de cinco modelos A350, também de corredor duplo, e de 50 jatos A320neo, de corredor único. Também há um pedido em andamento de quase 100 Boeing 737 MAX, que vêm sendo direcionados à Gol.

“A Gol tem uma ordem de Boeing bem significativa. Sendo parte do Grupo Abra, dá para expandir os horizontes e, pela primeira vez, a gente está tendo acesso a tudo isso. Antes, a Gol tinha uma frota única. Agora, no Grupo Abra, a gente está, sim, olhando outros tipos de avião: Embraer, A220, A330. É uma possibilidade, mas do grupo Abra, e vai ser feito isso num momento certo”, afirmou Ferrer.
Procuramos o Grupo Abra para um posicionamento sobre as declarações do CEO da Gol, mas a empresa não comentou.
Gol estaria na fila para comprar o E2
Vale lembrar que, em setembro, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que a Gol está na fila para também anunciar a compra de jatos Embraer E2.

A declaração do ministro foi feita na esteira da compra histórica da Latam de até 74 jatos Embraer E2, que chegam à frota da companhia a partir do próximo ano. Assim como o Grupo Abra, a Latam também estava entre o E2 e o Airbus A220 – a fabricante brasileira levou a melhor.
Com essa possibilidade, as três grandes companhias aéreas nacionais – Azul, Gol e Latam – passariam a ter aviões da Embraer em suas frotas.
Quebra-cabeça da frota do Grupo Abra
Com a possível compra do E2 ou do A220, que são concorrentes diretos, o Grupo Abra pode diversificar ainda mais a frota das companhias aéreas que fazem parte da holding,
Atualmente, a Gol é composta integralmente por Boeing 737. A Avianca, por sua vez, opera com Airbus A319, A320 e o Boeing 787. Já a Wamos Air conta apenas com modelos Airbus A330.

As novas aquisições do Grupo Abra envolvem o Airbus A350, A330, A320neo e o Boeing 737, além da possibilidade, agora, de chegada do Embraer E2 e/ou do A220. Assim, o quebra-cabeças tende definitivamente a ficar mais complexo à medida que o Grupo Abra adiciona novos tipos de avião à sua frota.
“Não envolve só Gol. A Abra, somando Gol e Avianca, já tem uma ordem muito relevante de avião. Então, a gente precisa ver como uma nova ordem se encaixaria dentro disso, para não gerar uma sobrecapacidade de frota”, destacou o CEO da Gol na entrevista.
Gol poderia incorporar aviões da Embraer?

Daria para imaginar que modelos da fabricante brasileira seriam designados à Gol, de modo a torná-la capaz de competir de forma mais concreta em rotas regionais contra a Azul e a Latam. Pesa também uma possível pressão do governo federal, que certamente está atento e participativo em um possível movimento da Gol em direção ao E2.
O A220 também seria um encaixe adequado à frota da Gol para rotas de menor demanda, sendo um contraponto aos E2 da Azul e da Latam e um produto único na região.
O A320neo, por sua vez, faria mais sentido, principalmente, na Avianca. A companhia poderia não só renovar a sua frota atual, mas ampliá-la. O A330, dentro do Grupo Abra, é operado apenas pela Wamos Air, o que faria da empresa a principal candidata a recebê-los, mas a Gol, como vimos, pretende entrar na concorrência.

Das encomendas já confirmadas, o Airbus A350 é o modelo cuja decisão seria a mais incerta. Dada a robustez de sua operação internacional, a Avianca poderia ser o endereço final, “casando” com o A320neo.
Em troca, poderia a Gol receber, em algum momento, os Boeing 787 da Avianca, uma vez que a empresa brasileira tem uma frota unificada em torno do 737? Já pensou?
Em qualquer cenário, a introdução de um novo tipo de avião representará uma mudança importante para a Gol. Isso porque a empresa precisará se adaptar e treinar equipes para operação e manutenção de aeronaves jamais vistas em sua frota. Seria menos complexo no caso do 787 – a Gol já tem expertise em torno dos aspectos técnicos e operacionais da Boeing.
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