Um artefato esquecido nas profundezas do Atlântico Norte reacendeu o fascínio por uma das maiores tragédias da história marítima. Mais de um século após o naufrágio do RMS Titanic, em abril de 1912, pesquisadores descobriram um colar vitoriano entre os destroços do navio, uma joia que, segundo especialistas, pode ter pertencido a um passageiro que nunca sobreviveu à viagem.
A peça foi identificada pela RMS Titanic, Inc., empresa que detém os direitos de exploração dos destroços, e estava presa dentro de um bloco de sedimentos e fragmentos metálicos retirado do fundo do mar ainda no ano 2000. Durante mais de duas décadas, o colar passou despercebido, até que análises mais detalhadas revelaram as pequenas contas pretas que o compõem, algumas em formato de coração, outras de octógono.
Um achado inesperado nos destroços do Titanic
O Titanic partiu de Southampton, na Inglaterra, em 10 de abril de 1912, com destino a Nova York. Cinco dias depois, o navio colidiu com um iceberg a cerca de 600 quilômetros da costa do Canadá. O desastre causou a morte de mais de 1.500 das 2.200 pessoas a bordo, marcando o início de um dos capítulos mais trágicos da era moderna.
Mesmo após 113 anos, o local do naufrágio continua rendendo descobertas surpreendentes. No caso do colar, ele foi encontrado dentro de uma concreção, uma formação endurecida composta por areia, ferrugem, rochas e restos do próprio navio, recolhida durante uma expedição de mergulho.
Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que já haviam catalogado todos os itens dessa amostra. Mas, ao aplicar novas técnicas de conservação e escavação, notaram que havia algo mais escondido ali. Aos poucos, o objeto começou a se revelar: uma fileira de contas pretas unidas, delicadamente preservadas, emergindo de um bloco que resistiu à pressão das profundezas por mais de um século.
Joia de luto e um mistério sem dono
A equipe da RMS Titanic, Inc. iniciou uma investigação para tentar identificar o dono original da joia, mas nenhuma correspondência foi encontrada nos registros de seguro ou nas listagens de indenizações pagas após o naufrágio. A ausência de informações levou os pesquisadores a acreditar que o colar pode ter pertencido a uma das vítimas da tragédia.
Segundo especialistas, o design e o material da peça indicam que se trata de uma joia de luto da Era Vitoriana, provavelmente feita de azeviche francês, um vidro preto que imitava a pedra preciosa azeviche. Durante o século 19, especialmente após a morte do príncipe Albert, marido da rainha Vitória, esse tipo de adorno tornou-se símbolo de luto e devoção, usado por viúvas e familiares enlutados como forma de homenagem a entes falecidos.
Um elo com o passado
“Este colar é um poderoso lembrete de que cada artefato conta uma história pessoal”, afirmou Tomasina Ray, presidente da RMS Titanic, Inc., em comunicado. “Do trabalho artesanal aos materiais, ele oferece um vislumbre único do estilo, dos sentimentos e do cotidiano dos passageiros do Titanic.”
O achado reforça a dimensão humana por trás da catástrofe. Entre máquinas, metais e destroços corroídos, o colar simboliza não apenas a perda de vidas, mas também as memórias e emoções congeladas no tempo.
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