O aplicativo que virou peça de xadrez
Se tem um aplicativo que consegue unir dancinhas, memes e geopolítica, esse app é o TikTok. A plataforma chinesa, que conquistou bilhões de usuários, se tornou alvo de uma das maiores disputas digitais do nosso tempo. Agora, depois de anos de tensão, China e Estados Unidos anunciaram um “marco básico de consenso” sobre o futuro do aplicativo.
A novidade foi revelada após negociações em Madri, entre o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng. O anúncio gerou expectativa em todo o mundo, já que o TikTok está no centro de debates que envolvem tecnologia, privacidade e poder global.
O que foi decidido?
Segundo a mídia estatal chinesa, o acordo prevê uma forma de “resolver adequadamente” as questões relacionadas ao TikTok por meio da cooperação. Embora os detalhes ainda não tenham sido totalmente divulgados, Bessent já havia confirmado a ideia de transferir a gestão da plataforma para os Estados Unidos.
Do lado chinês, o representante de comércio internacional Li Chenggang afirmou que o consenso representa uma base sólida para seguir adiante. Já He Lifeng garantiu que Pequim continuará defendendo os interesses nacionais e os direitos das empresas chinesas no exterior.
O TikTok não é só um aplicativo de vídeos curtos. Ele se tornou um espaço central de comunicação, cultura e até de política. Estima-se que a plataforma tenha mais de 1 bilhão de usuários ativos mensais em todo o mundo, muitos deles jovens. Para Washington, a presença massiva do app levanta preocupações de segurança, com receios de que dados de cidadãos americanos possam ser acessados pelo governo chinês.
Do outro lado, Pequim vê as pressões americanas como uma tentativa de limitar o crescimento de empresas de tecnologia chinesas, reduzindo sua influência global. Ou seja, a briga nunca foi só sobre vídeos engraçados.
A longa novela do TikTok
Essa disputa não começou agora. Desde 2020, o aplicativo enfrenta ameaças de banimento nos Estados Unidos, passando por processos, tentativas de venda e até exigências de reestruturação. Empresas americanas como Microsoft e Oracle já chegaram a negociar o controle parcial do TikTok, mas nada avançou de fato.
O acordo em 2025 pode marcar um ponto de virada, ao menos no discurso oficial. Mas ainda resta saber como será feita a transferência para os EUA e o quanto isso vai impactar os usuários e criadores de conteúdo.
O que vem pela frente?
Apesar do anúncio otimista, muitas perguntas continuam sem resposta. Quem terá acesso aos dados? A sede do TikTok mudará oficialmente para os EUA? Como a China garantirá seus interesses nesse novo arranjo? E, talvez a dúvida mais importante: será que os vídeos que dominam a internet vão mudar de alguma forma?
Por enquanto, a única certeza é que o TikTok segue como palco não apenas de tendências virais, mas também de disputas diplomáticas. Entre memes e dublagens, o aplicativo mostra como até o entretenimento pode se transformar em arma estratégica no tabuleiro global.
Fonte: Correio Braziliense
Esse conteúdo China e EUA chegam a consenso histórico sobre o TikTok foi criado pelo site Fatos Desconhecidos.