O Exército Brasileiro formalizou um contrato com a SIATT para a produção em larga escala do míssil MAX 1.2 AC. O armamento já é usado por fuzileiros navais, é considerado uma tecnologia de ponta e representa um avanço significativo no sistema de defesa brasileiro.
A assinatura do contrato com o Comando Logístico para a produção de um lote do MAX 1.2 AC aconteceu às margens do INDEX 2025, em acordo firmado pelo Exército Brasileiro e pela SIATT, empresa estratégica de defesa (EED) brasileira que conta com participação acionária do Grupo Edge, dos Emirados Arábes Unidos.
A aquisição desse míssil representa uma modernização do aparato de defesa brasileiro, que já possui armamentos anticarro, como é o caso dos canhões sem recuo, conhecidos como bazucas, lembra Marcos Barbieri, especialista em indústria aeroespacial e defesa e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A grande diferença entre os equipamentos é que, ao passo que as bazucas “têm um alcance de 600 metros no máximo e têm uma precisão relativamente não muito elevada”, os mísseis possuem “capacidade de atingir um alvo com uma grande precisão e um alcance maior“.
Outra vantagem que o armamento oferece é o custo-benefício em formas conjuntas que pode oferecer no campo de batalha.
Nesse caso, “veículos 4×4 armados com mísseis antitanque são mais baratos que blindados como o Leopard A2, da Alemanha, e oferecem uma letalidade comparável. Além de serem mais fáceis de operar, apresentam menos manutenção e podem ser deslocados por via aérea com mais facilidade”, explica Fabricio Avila, doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e presidente do Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (ISAPE).
Apesar do novo contrato firmado, Barbieri ressalta que o desenvolvimento do armamento se arrasta há alguns anos no Brasil, já tendo inclusive passado por outras empresas, mas com participação direta do Centro de Tecnologia do Exército, o Cetex.
Produção brasileira – A produção interna desse tipo de armamento representa um ganho para o Exército, segundo José Augusto Zague, pesquisador do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas e do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (Gedes), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), uma vez que não depende mais de compras no exterior para suprir esse tipo de armamento.
“O Brasil vai fazer aquisições de armamentos, mas em troca ele quer o repasse da tecnologia, quer absorver a tecnologia. Isso vem sendo feito principalmente depois daquilo que a gente pode chamar de uma revitalização da indústria de defesa, que começa a partir de 2009, principalmente a partir do governo do presidente Lula, e tem continuidade no governo Dilma [Rousseff], com o Prosub [Programa de Desenvolvimento de Submarinos]”, explica.
(Sputnik Brasil)
Fonte: Jornal Pequeno