A Fazenda da Família Matsumoto cultiva muito mais que frutas, ela preserva histórias, resgata tradições e reescreve os valores da agricultura. Saiba mais sobre esse incrível lugar.
A Fazenda da Família Matsumoto
Foi fundado pelo imigrante “Joe” Matsumoto, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1948. Hoje, é liderada por seu neto David Masumoto e a bisneta Nikiko, que representam a terceira e quarta gerações da família.
O solo árido da região central da Califórnia, onde muitos só veem um campo difícil de trabalhar, para os Matsumoto é um espaço de resistência cultural e ecológica.
A família cultiva pêssegos, damascos, nectarinas e uvas orgânicas, com o objetivo de preservar sabores esquecidos, como os pêssegos da variedade Elberta, menos lucrativo, mas muito mais saborosos.
Além de plantas
David, escritor e agricultor, é autor de obras como “Epitaph for a Peach”, onde relata sua luta para manter viva a herança agrícola familiar e a integridade dos alimentos.
Não somos só agricultores, somos contadores de histórias com raízes na terra. – David
O diferencial da fazenda vai além do que se planta, abre as portas da propriedade para visitantes experienciarem:
- colher os próprios pêssegos raros;
- participar de rodas de conversa sobre agricultura;
- aprender a importância da biodiversidade alimentar.
Portanto, essas práticas visam reconectar o consumidor com o elo perdido no meio de tantas tecnologias entre campo e cidade, produtor e alimento.
Segundo a organização Slow Food USA, iniciativas como a da Matsumoto Farm são essenciais para preservar variedades agrícolas ameaçadas.
Isso porque, com a padronização da indústria, a diversidade genética dos alimentos têm reduzido, de acordo com pesquisas. 75% da diversidade genética das plantas cultivadas foi perdida no século XX.
Ademais, mesmo com os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela seca na Califórnia, a fazenda segue firme. Eles utilizam sistemas de irrigação mais eficientes e focam na resiliência do solo como forma de mitigar impactos ambientais e, sobretudo, continuam a provar que é possível produzir com propósito, memória e sabor.
Enfim, a Family Farm é muito mais do que um pomar: é um legado vivo de resistência, cultura e consciência ecológica. Ao resgatar frutas esquecidas e cultivar com amor à história, eles mostram que a agricultura do futuro pode – e deve – ter raízes no passado.
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