Uma ação inusitada surpreendeu visitantes do Museu Nacional de Cardiff, no Reino Unido, após uma obra gerada por inteligência artificial (IA) ser pendurada nas galerias sem autorização. A imagem, intitulada “Prato Vazio”, retrata um menino de uniforme escolar segurando um prato de comida vazio e ficou exposta por horas antes que a equipe do museu percebesse que não fazia parte do acervo.
O caso ganhou destaque nas redes sociais e reacendeu o debate sobre o papel da IA na arte contemporânea. O autor da intervenção, que se identifica como Elias Marrow, explicou que a obra foi criada combinando desenhos manuais com retoques digitais feitos por inteligência artificial. Segundo o próprio artista, a ação não foi um ato de vandalismo, mas uma “participação sem permissão”, com o objetivo de provocar uma reflexão sobre a autoridade das instituições artísticas e o que é considerado arte nos tempos atuais.
A instalação não-autorizada
A impressão foi cuidadosamente pendurada em uma das salas do museu, acompanhada por uma etiqueta aparentemente oficial que dizia:
“Impressão digital em papel, moldura personalizada. Edição limitada e assinada. Em empréstimo pelo artista, 2025.”
Visitantes observaram a obra acreditando que ela fazia parte de uma nova exposição. Somente mais tarde, funcionários perceberam que o trabalho não constava em nenhum registro interno e removeram a peça. O museu confirmou o incidente, mas não revelou por quanto tempo a imagem ficou exposta nem quantas pessoas chegaram a vê-la.
Crítica à curadoria e à autoria na era digital
Elias Marrow já realizou intervenções semelhantes em museus europeus, sempre sem aviso prévio, como uma forma de desafiar as estruturas de curadoria e questionar quem tem o poder de definir o que é arte.
“A intenção não é enganar, mas fazer o público refletir sobre a origem e o valor simbólico das obras expostas”, afirmou em entrevista à imprensa britânica.
O episódio também acendeu discussões sobre o uso crescente da inteligência artificial como ferramenta artística. Enquanto parte dos críticos considera esse tipo de criação uma extensão legítima da expressão humana, outros apontam que ela dilui a autoria e coloca em xeque o papel do artista.
Um espelho da arte contemporânea
O “Prato Vazio” acabou se tornando mais do que uma simples imagem: um espelho do momento atual, em que a fronteira entre humano e máquina, criador e algoritmo, se torna cada vez mais difícil de distinguir. A intervenção reacendeu o debate sobre a autenticidade artística em tempos de tecnologia generativa, levantando questões sobre como museus e galerias devem lidar com obras criadas ou “assinadas” por sistemas de IA.
Enquanto o museu reforça suas medidas de segurança, o caso de Cardiff se junta a uma lista crescente de episódios que mostram como a arte e a tecnologia estão em rota de colisão e, talvez, de fusão definitiva.
Esse conteúdo Obra criada por IA é pendurada em museu britânico e confunde visitantes foi criado pelo site Fatos Desconhecidos.




