Em Tremembé, nova produção da Prime Video, um dos episódios mostra Suzane von Richthofen denunciando um promotor por comportamento inapropriado. Mas será que isso aconteceu mesmo?
O que a série mostra
A trama é inspirada nos livros do jornalista Ullisses Campbell, que investigou os bastidores da penitenciária de Tremembé, em São Paulo, o endereço de algumas das presas mais famosas do país. Logo nos primeiros episódios, o público vê Suzane em um momento delicado: tentando uma transferência de presídio. Segundo a série, e também o livro “Assassina e Manipuladora”, a criminosa teria se aproximado do promotor Eliseu José Berardo Gonçalves justamente nessa fase, e é aí que a história ganha contornos polêmicos.
Um pedido de ajuda… e algo mais
De acordo com Campbell, Suzane procurou o Ministério Público alegando ameaças de morte dentro da Penitenciária de Ribeirão Preto. Foi nesse contexto que ela conheceu Eliseu. Depois disso, funcionários relataram que as conversas entre os dois começaram a ficar cada vez mais frequentes.
O promotor investigou as supostas ameaças e descobriu que uma detenta chamada Maria Bonita realmente teria planos contra Suzane. Em seguida, marcou uma audiência com a condenada. E aí o episódio curioso: ela ficou cerca de dez horas no gabinete dele, algemada, conversando sobre tudo, inclusive sobre o assassinato dos pais.
“Primeiro a transferência, depois o pagamento”
Segundo o livro, durante esse encontro Eliseu teria prometido ajudar na transferência, mas com uma condição inusitada: pediu um beijo. Suzane teria ironizado, dizendo: “Primeiro a transferência, depois o pagamento”. E não é que a transferência foi autorizada três semanas depois?
Antes de ir para Tremembé, porém, ela teria sido chamada novamente ao gabinete do promotor e, segundo testemunhos, o ambiente estava decorado com luzes coloridas e músicas românticas. Uma cena, digamos, digna de um drama policial com pitada de novela mexicana.
A punição e a versão oficial
O caso foi parar na Corregedoria do Ministério Público Estadual. O promotor Eliseu José Berardo Gonçalves acabou suspenso por 22 dias por conduta inadequada dentro da Promotoria. Ele, por sua vez, negou todas as acusações, alegando que as provas eram falsas e que testemunhas mentiram.
Apesar do burburinho reacendido pela série, o que se sabe oficialmente é que a suspensão realmente ocorreu. Mas o suposto “romance” e o pedido de beijo nunca foram comprovados judicialmente.
Ficção e realidade se misturam
O caso de Suzane sempre atraiu atenção e a mistura de fatos reais com dramatização faz parte da fórmula de Tremembé. A série usa elementos documentais, mas também cria momentos ficcionais para explorar a mente e as motivações dos criminosos. Ou seja: nem tudo que aparece na tela é 100% real, embora muitos detalhes tenham base em documentos e depoimentos mencionados por Campbell em seus livros.
Curiosidade final
Desde sua estreia, Tremembé vem chamando atenção não só pela história de Suzane, mas também por mostrar nomes como Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá. Todas presas na mesma unidade e agora protagonistas involuntárias de uma produção que mistura crime, poder e psicologia humana.
No fim das contas, a pergunta que fica é: o que é verdade e o que é ficção? Talvez só os envolvidos saibam. Mas que a série deu o que falar, ah, isso deu.
Esse conteúdo Suzane von Richthofen e o promotor: o caso real por trás de “Tremembé” foi criado pelo site Fatos Desconhecidos.




