Cometa interestelar 3I/ATLAS se aproxima do Sol e surpreende cientistas

Cometa interestelar 3I/ATLAS se aproxima do Sol e surpreende cientistas

Você piscou, e um cometa vindo de outro sistema estelar resolveu dar um “oi” para o nosso Sol. O 3I/ATLAS, um raro cometa interestelar, está cruzando o Sistema Solar interno e atingindo seu ponto de maior aproximação ao Sol entre esta quarta (29) e quinta-feira (30), segundo a NASA.

Um visitante de outro sistema

Descoberto em julho de 2025 pelo telescópio da rede ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), no Chile, o 3I/ATLAS tem algo que o diferencia de praticamente todos os outros cometas já observados: sua órbita é hiperbólica. Isso significa que ele não está preso ao Sol. Em outras palavras, ele veio de longe e vai embora sem nunca mais voltar. Enquanto passa, o cometa se aproxima a cerca de 1,4 unidade astronômica (210 milhões de quilômetros) do Sol, o que o coloca logo dentro da órbita de Marte. A velocidade? Mais de 210 mil quilômetros por hora.

O terceiro forasteiro do Sistema Solar

Até hoje, apenas dois objetos como ele já haviam sido detectados: o misterioso ʻOumuamua, em 2017, e o cometa 2I/Borisov, em 2019. Por isso, o 3I/ATLAS se tornou apenas o terceiro corpo interestelar conhecido a visitar o nosso Sistema Solar. Cada um desses encontros oferece aos cientistas uma chance raríssima de estudar materiais que se formaram em outras estrelas, sob condições totalmente diferentes das que conhecemos por aqui.

E antes que alguém pergunte: não, ele não é uma nave alienígena. A NASA foi rápida em esclarecer que não há nenhuma evidência de origem artificial. O objeto é 100% natural.

Uma composição fora do comum

Usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), os cientistas analisaram a coma, aquela nuvem brilhante de gás e poeira que envolve o núcleo do cometa, e descobriram algo inédito. O 3I/ATLAS é rico em dióxido de carbono (CO₂), em níveis muito acima do que se esperava.

Segundo o , publicado pela equipe do Goddard Space Flight Center, a proporção de CO₂ é oito vezes maior do que a de água e mais de seis vezes acima do limite observado em outros cometas. Esse desequilíbrio químico sugere que o 3I/ATLAS pode ter se formado em uma região extremamente fria e distante de qualquer estrela, onde o gelo de dióxido de carbono é mais abundante que o de água.

Essas descobertas ajudam os astrônomos a entender melhor como sistemas planetários diferentes se formam. Se os cometas são como “mensageiros do passado”, o 3I/ATLAS traz uma amostra direta de outro canto da galáxia. Ao analisá-lo, cientistas podem comparar a composição química do nosso Sistema Solar com a de regiões vizinhas e talvez até descobrir o que torna a Terra tão especial.

Mas há um desafio: o tempo. O cometa está se movendo tão rápido que os telescópios têm apenas alguns dias para coletar dados antes que ele desapareça de vista e volte ao vazio interestelar. “É como tentar estudar um -bala em movimento e com o telescópio a milhares de quilômetros de distância”, brincou o pesquisador Thomas Zurbuchen, ex-diretor de missões científicas da NASA, em entrevista à CNN.

Exercício global de observação

Diante do interesse científico, a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) anunciou um exercício de treinamento global usando as observações do 3I/ATLAS. A iniciativa, marcada para ocorrer entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026, tem o objetivo de aprimorar a precisão das medições astrométricas, ou seja, medir com mais exatidão a posição e a trajetória de corpos que cruzam o Sistema Solar. O evento serve como uma espécie de “simulado” para futuras ameaças reais, como asteroides potencialmente perigosos. Apenas observatórios com código MPC (Minor Planet Center) ativo poderão participar, e as inscrições estão abertas até 7 de novembro. O treinamento é anual e, segundo a IAWN, foi criado em 2017 justamente para fortalecer a cooperação entre agências espaciais e centros de do mundo todo.

Um espetáculo invisível para nós, mas valioso para a ciência

Infelizmente, o cometa não será visível a olho nu, ele é pequeno demais e passará longe da Terra. Ainda assim, sua passagem está sendo acompanhada de perto por observatórios no Chile, nos e no Japão. Cada registro é essencial para montar o quebra-cabeça da origem e evolução dos corpos interestelares.

De acordo com os astrônomos da NASA, o 3I/ATLAS deve começar a se distanciar gradualmente do Sol a partir do início de novembro, seguindo para fora do Sistema Solar em uma rota que o levará de volta ao espaço profundo. Depois disso, talvez nunca mais o vejamos.

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