Pesquisadores da Coreia do Sul anunciaram a criação de um músculo artificial com desempenho impressionante, capaz de suportar cargas que deixariam qualquer fisiculturista de queixo caído.
A façanha foi descrita na revista Advanced Functional Materials e é assinada por uma equipe do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan (UNIST). O material desenvolvido é um atuador compósito magnético, um tipo de músculo sintético formado por polímeros entrelaçados com micropartículas magnéticas que simulam o comportamento dos músculos humanos. Segundo o professor Hoon Eui Jeong, líder do projeto, a pesquisa resolve um dos maiores dilemas da robótica: “músculos artificiais geralmente são ou elásticos e fracos, ou fortes e rígidos. O nosso consegue ser os dois ao mesmo tempo”. Isso significa que o mesmo músculo pode ser flexível como uma borracha e firme como aço, dependendo da necessidade do robô.
Como isso funciona na prática
O segredo está na combinação de duas redes químicas diferentes: uma ligação covalente permanente e outra física, reversível. Essa arquitetura dupla garante que o músculo se deforme bastante sem perder força e ainda se recupere rápido. Para dar o toque final, o material recebe micropartículas magnéticas de NdFeB (neodímio-ferro-boro) na superfície, ativadas por um líquido incolor chamado octadeciltricloro-silano. Parece complicado? É, mas o resultado é puro poder. Com apenas 1,13 gramas, o músculo consegue erguer 5 quilos, cerca de 4.400 vezes seu próprio peso. Para comparar: se um ser humano fizesse o mesmo, levantaria algo como 300 toneladas de uma só vez.
Na robótica, o equilíbrio entre força e flexibilidade é o “santo graal”. Músculos artificiais tradicionais falham porque, quanto mais rígidos, menos maleáveis e vice-versa. Essa nova versão resolve o problema, abrindo caminho para robôs humanoides mais versáteis, roupas robóticas e até próteses que se movem com precisão quase natural. Além disso, o material é leve e mecanicamente conformável, ou seja, se adapta às formas do corpo e aos movimentos sem se desgastar rapidamente. Isso o torna ideal também para dispositivos vestíveis e interfaces homem-máquina, em que a interação precisa ser fluida e intuitiva.
O teste de força
Para medir o desempenho, os cientistas fizeram um teste uniaxial de tração, basicamente, esticar o material até ele quebrar, enquanto medem a resistência e a deformação. O resultado foi impressionante: o músculo sintético alcançou 86,4% de alongamento, mais do que o dobro da capacidade de um músculo humano, que se deforma cerca de 40% durante a contração.
Em termos simples: o robô “puxa”, “solta” e “repuxa” sem perder eficiência, e ainda responde a comandos externos com precisão. Essa combinação de força, elasticidade e controle magnético é o que torna o avanço tão marcante.
Um passo a mais rumo aos robôs do futuro
Essa tecnologia pode mudar o jogo para robôs humanoides, aqueles projetados para imitar o corpo e o comportamento humano. Com músculos sintéticos assim, eles poderão caminhar, segurar objetos e até realizar tarefas delicadas com muito mais naturalidade. Imagine um robô que te ajuda a carregar compras sem parecer uma máquina dura e mecânica. Pois é, esse futuro está cada vez mais próximo. A equipe sul-coreana ainda vai testar a durabilidade do músculo em operações prolongadas, mas os primeiros resultados indicam excelente resistência e estabilidade. Em outras palavras: não é só forte, é confiável.
O impacto não fica só na robótica. O mesmo princípio pode ser aplicado a exoesqueletos médicos, dispositivos de reabilitação e até em tecnologias espaciais, onde peso e eficiência são cruciais. No fundo, estamos vendo o nascimento de uma nova geração de músculos sintéticos, mais humanos que nunca.
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