Quando um cosmético entra num capítulo sombrio da história
Você conhece a Weleda? Uma empresa suíça famosa por seus cremes e cosméticos naturais, fundada em 1921 e inspirada na antroposofia. Mas uma nova pesquisa histórica aponta que ela pode estar ligada a um episódio chocante da Segunda Guerra Mundial.
O que diz a pesquisa
Um estudo recente, com 700 páginas, foi encomendado pelo memorial de Dachau e conduzido pela historiadora Anne Sudrow. O relatório afirma que entre 1942 e 1943, a Weleda forneceu um creme “antigeral”, idealizado para proteger contra hipotermia, mas que acabou sendo usado em experimentos com prisioneiros no campo de Dachau. De acordo com o estudo, até 300 pessoas teriam sido submetidas a banhos gelados enquanto usavam o creme, e entre 80 e 90 delas morreram como resultado desses testes.
Como surgiu essa ligação?
Segundo Sudrow, Weleda mantinha laços com o Instituto Alemão de Pesquisa em Nutrição, controlado pelo SS, que operava uma plantação de ervas essencial para os produtos da empresa. Em troca, o creme era enviado ao campo de concentração. Havia ainda uma ligação pessoal: Frank Lippert, responsável pelo jardim medicinal da empresa, trabalhou para o SS em Dachau e continuou como consultor da Weleda mesmo após o fim da guerra.
O posicionamento da Weleda
A empresa afirmou que condena veementemente os crimes nazistas e se comprometeu a revisar sua história com transparência. Em 2024, já havia publicado um relatório reconhecendo ter enviado o creme ao SS, mas não sabia que seria usado em experimentos em prisioneiros. A versão atual promete aprofundar a investigação com acesso irrestrito aos seus arquivos.
Essa revelação sacode o mundo dos cosméticos naturais e biodinâmicos. Quando um produto que se inspira na harmonia entre corpo e natureza se mostra ligado a experimentos cruéis, surgem debates sobre mercado, ética e memória histórica. “Como devemos, como consumidores, lidar com isso?”, questiona Sudrow.
E pensar que um creme usado para aquecer soldados virou instrumento de morte. A história da Weleda mostra como até marcas que hoje associamos ao bem-estar podem ter passado por sombras profundas.
Fonte: Aventuras na História
Esse conteúdo Empresa suíça pode ter fornecido creme usado em experimentos nazistas foi criado pelo site Fatos Desconhecidos.