Mais antigo que a Bíblia de Gutemberg
Quando alguém fala em “primeiro livro do mundo”, muita gente logo lembra da Bíblia de Gutemberg, de 1455. E não é para menos: ela foi a primeira a ser impressa em larga escala e mudou para sempre a forma como compartilhamos conhecimento. Mas, e se eu te contar que existe uma obra ainda mais antiga, milhares de anos mais velha? Estamos falando da Epopeia de Gilgamesh, considerada a obra literária mais antiga já registrada pela humanidade. Um verdadeiro tesouro escondido em tábuas de argila.
A aventura de Gilgamesh

A Epopeia de Gilgamesh se estende por doze tábuas com escrita cuneiforme. Há cerca de 300 versos em cada uma delas. (Fonte: Getty Images)
A história nasceu da tradição oral e foi colocada no papel, ou melhor, em argila, entre 1300 e 1000 a.C., pelo babilônico Shin-Leqi-Unninni. Ela é dividida em doze tábuas escritas em cuneiforme, com cerca de 300 versos em cada uma. Não é pouca coisa!
No centro da narrativa está o rei Gilgamesh, governante da cidade de Uruk. Mais do que um líder, ele virou herói popular e até divindade em sua época. Suas aventuras misturam feitos grandiosos, dilemas humanos e até a eterna busca pela imortalidade.
Esquecida e redescoberta

Houve um extenso trabalho para que todo o conteúdo das antigas tábuas fosse traduzido. (Fonte: Getty Images)
Por séculos, a epopeia ficou soterrada e esquecida no Oriente Médio. Só no século passado arqueólogos começaram a encontrar as tábuas de argila durante escavações em antigas cidades mesopotâmicas. O problema? Era preciso decifrar os símbolos cuneiformes, tarefa que exigiu anos de trabalho de especialistas do mundo todo. Graças a esse esforço, hoje podemos ler uma obra que quase desapareceu da história. E olha que ela continua surpreendendo.
Um clássico atemporal
O que torna a Epopeia de Gilgamesh tão fascinante é a sua atualidade. Mesmo sendo o livro mais antigo do mundo, ela fala de temas que ainda nos tocam: amizade, perdas, tragédias, a luta contra o destino e, claro, a busca pela vida eterna. Não é à toa que lembra muito os dilemas de heróis modernos.
Mais do que isso, a epopeia influenciou obras gigantes da literatura mundial, como a Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), a Ilíada e a Odisseia, de Homero. Dá para dizer que boa parte da nossa tradição literária carrega um pouco do DNA de Gilgamesh.
O legado do primeiro livro
Definitivamente, a Epopeia de Gilgamesh não é só o primeiro livro do mundo. Ela é também uma das obras mais importantes da história humana. E pensar que tudo isso começou gravado em pequenas marcas em tábuas de barro, há mais de 3 mil anos…
Fonte: Mega Curioso
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