Vice-presidente afirma à Jovem Pan que o partido tem uma parcela ‘residual’ de apoio a Lula; legenda ratificou decisão de deixar governo em reunião na executiva nesta quarta-feira (3)
O vice-presidente da União Brasil, ACM Neto, afirmou à Jovem Pan, que o presidente Lula falhou em não estabelecer um diálogo com a liderança do partido no início do governo. ACM Neto argumenta que Lula preferiu se fechar e manter apenas relações com próprio PT e a esquerda, sem olhar para uma “agenda de país”.
O ex-prefeito de Salvador ainda argumentou que o União Brasil vivia uma situação “constrangedora” no governo. Apesar determinarem a saída do ministro do Turismo, Celso Sabino, da Esplanada dos ministérios, o partido aceitará a permanência de indicados pelo presidente do senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Celso Sabino já comunicou a decisão dele de sair do partido ou deixar o governo?
ACM Neto: O ministro Celso Sabino ainda não se pronunciou. Todos temos uma boa relação com ele, mas o partido estava em uma relação em uma situação constrangedora. A decisão foi ratificada em reunião da Executiva (do partido). Era preciso deixar claro que não estaremos no projeto de 2026 da candidatura do PT. Então, não era razoável continuarmos com cargos.
Mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, continua com seus indicados, os ministros Waldez Góes e Frederico Siqueira, no governo…
ACM Neto: Os ministros são indicações de Davi, não são do União. Os dois ministros fazem parte de uma entendimento do presidente Davi com o governo. Não vamos entrar nas articulações do presidente do Senado. Não vamos proibir que ninguém de estabelecer relações. O presidente Davi tem que manter uma harmonia no Senado.
O União Brasil é um partido muito diverso. Vocês pretendem liberar os diretórios estaduais na eleição do ano que vem?
ACM Neto:Ainda não decidimos sobre os diretório. Mas apoio ao governo é residual. Poucos estados ainda temos pessoas em aliança com o PT. A grande maioria do partido é de oposição. A tendência é um alinhamento completo contra o PT.
O partido trabalha com a possibilidade de candidatura própria, ou aceitaria ter um candidato de outro partido?
ACM Neto: Nosso pré-candidato é Ronaldo Caiado. Mas defendo que exista uma ampla aliança que vai do centro à direita, com os candidatos que querem enfrentar o PT. É possível construir uma ampla frente, para o um projeto de pacificação nacional.
Esse projeto de pacificação incluiria o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro?
ACM Neto: O ex-presidente tem densidade política e eleitoral. Vai ser possível construir uma candidatura sem conversar com ele? Acho que não. É preciso dialogar. Não seria o aval de uma pessoa só. Mas é preciso ouvir a opinião dele, da ex-primeira dama Michelle. Todos devem ser ouvidos em uma construção ampla.
Por que o partido entrou no governo, se já não tinha essa identificação com o projeto petista?
ACM Neto: Nós não entramos no governo, em nenhum momento o União Brasil fez parte da base do governo. O presidente (Lula) falhou, pecou, demorou muito para chamar o presidente partido para dialogar, nunca fomos ouvidos para uma agenda de país. O governo Lula sempre foi do PT pelo PT. O governo Lula 3 foi muito mais fechado que as gestões anteriores. Não houve essa visão mais ampla de uma consertação do país. Ao invés do governo trabalhar para ajustar acionário, ele aumentou tensão.
Assista à entrevista abaixo
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Fonte: Jovem Pan


