Um século de avanços?
Durante o século XX, a humanidade venceu inimigos históricos como a varíola, a poliomielite e infecções que antes ceifavam vidas ainda na infância. Graças às vacinas, ao saneamento e à medicina moderna, a expectativa de vida subiu de forma impressionante. No Brasil, por exemplo, saltou de 45 anos, em 1940, para mais de 75 atualmente.
Mas o estudo sugere uma possível inversão. Ao contrário das gerações anteriores, a de 1980 estaria diante de fatores que reduzem suas chances de chegar aos 100 anos: sedentarismo, má alimentação, estresse e doenças crônicas precoces.
O impacto do estilo de vida moderno
Com a popularização da comida ultraprocessada, a rotina de trabalho cada vez mais exaustiva e o vício em telas, as doenças típicas da velhice passaram a aparecer cedo. Diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardíacos já afetam jovens adultos.
Um detalhe curioso é que os anos 1980 também marcaram o início da epidemia global de obesidade infantil, algo que, segundo a OMS, triplicou em quatro décadas.
- No início de 1900, a expectativa de vida global era de 35 anos.
- Em 1950, já chegava a 50 anos em vários países.
- Em 2000, a média mundial passava dos 67 anos.
- Hoje, Japão e Suíça superam os 83 anos de expectativa.
No entanto, se nada mudar, essa curva ascendente pode se tornar descendente.
Diferenças entre países
Enquanto países ricos enfrentam problemas ligados ao excesso, excesso de comida, de estresse, de sedentarismo, países pobres ainda sofrem com desigualdade, poluição e falta de acesso a sistemas de saúde. No Brasil, os dois cenários se misturam, criando uma bomba-relógio: convivemos com a obesidade urbana e, ao mesmo tempo, com a carência alimentar em regiões mais pobres.
Existe um limite humano?
Cientistas acreditam que o limite natural da vida humana está em torno de 115 a 120 anos. Casos como o da francesa Jeanne Calment, que viveu 122 anos, seriam raríssimos. A questão é que, em vez de nos aproximarmos desse teto, podemos estar recuando.
A geração de 1980 pode entrar para a história não como a que viveu mais, mas como a que interrompeu um ciclo de conquistas. O que levanta a pergunta: será que a tecnologia e a medicina vão conseguir compensar os hábitos nocivos do mundo moderno?
A resposta depende não apenas da ciência, mas das escolhas que fazemos diariamente: o que comemos, como nos exercitamos, como lidamos com o estresse. O futuro da longevidade, afinal, está tanto no consultório quanto na nossa própria rotina.
Esse conteúdo A geração que pode não chegar aos 100 anos foi criado pelo site Fatos Desconhecidos.