Comissão foi criada nesta quarta-feira (20), com vitória dos oposicionistas com a eleição de Carlos Viana para a presidência do colegiado
A instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta quarta-feira (20), foi marcada por críticas duras da oposição ao governo Lula e ao PT. O colegiado, formado por 32 membros titulares, terá inicialmente 120 dias para investigar fraudes bilionárias em benefícios previdenciários, incluindo descontos irregulares em aposentadorias, pensões e empréstimos consignados.
Em uma vitória da oposição, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente da CPMI, derrotando o governista Omar Aziz (PSD-AM). Logo em seguida, Viana indicou como relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, em substituição a Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que já vinha se apresentando como indicado da Câmara. A manobra gerou atrito com a base governista e foi vista como revés para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e para o Planalto.
Oposição sobe o tom contra o governo e o PT
Durante a sessão, parlamentares da oposição miraram diretamente no governo Lula e em petistas:
- Zé Trovão (PL-SC) disse que a comissão não se reúne “por like ou dislike” e chamou de “desgraçados” os responsáveis por roubar idosos.
- Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirmou que Jair Bolsonaro ajudou a impedir desvios no INSS e que os atuais responsáveis “são de hoje”.
- Mauricio Marcon (Podemos-RS) declarou que a “petezada” e o governo “se mandaram de forma covarde” e lembrou que a oposição esteve presente na apuração dos atos de 8 de janeiro.
- Luiz Lima (Novo-RJ) disse que o desespero dos governistas na reunião era visível e avaliou que Senado e Câmara estão “descolados” do governo.
- José Medeiros (PL-MT) criticou os que barraram propostas de Bolsonaro para acabar com descontos irregulares, chamando-os de “galera” que hoje culpa o ex-presidente.
- Cleitinho (Republicanos-MG) defendeu que a CPMI não vire disputa entre “lado A ou B” e cobrou que o irmão de Lula, Frei Chico, também seja ouvido.
Réplicas de governistas
Entre os governistas, o deputado Alencar Santana (PT-SP) rebateu as críticas e disse que, se Bolsonaro tivesse sido reeleito, “os roubos ainda estariam acontecendo”.
Relator promete independência
O relator Alfredo Gaspar afirmou que não fará distinção de partidos ou cargos: “Bandido é bandido, seja senador ou presidente”. Segundo ele, o plano de trabalho deve incluir investigações sobre fraudes em empréstimos consignados e descontos associativos.
Contexto da comissão
A CPMI foi criada após denúncias de que associações e entidades arrecadaram bilhões em um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Segundo investigações preliminares da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, o rombo pode chegar a R$ 6,3 bilhões. A expectativa é de que a comissão produza medidas para reforçar a segurança e a transparência do sistema previdenciário e, eventualmente, peça o indiciamento de envolvidos.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan