5 curiosidades históricas sobre a Independência do Brasil

5 curiosidades históricas sobre a Independência do Brasil

Por trás desse episódio, houve um longo caminho de disputas, negociações políticas e articulações sociais

Por trás do grito de “independência ou morte”, existem aspectos pouco comentados que ajudaram a moldar esse processo histórico Imagem: Prachaya Roekdeethaweesab | Shutterstock)

A Independência do , proclamada em 7 de setembro de 1822, costuma ser lembrada pela cena simbólica de Dom Pedro às margens do Rio Ipiranga. No entanto, por trás dessa narrativa simplificada, existem aspectos pouco comentados que ajudaram a moldar esse processo histórico.

Por trás desse episódio, houve um longo caminho de disputas, batalhas, negociações políticas e articulações sociais que envolveram diferentes camadas da população. Muito além da figura de Dom Pedro, a Independência contou com a participação de , escravizados, soldados, camponeses e setores da elite dividida, personagens e grupos que foram invisibilizados na narrativa tradicional, mas que tiveram papel essencial na construção do Brasil independente.

“Quando falamos em Independência, precisamos compreender que ela não foi um ato isolado, nem tampouco resultado da vontade de uma única pessoa. Foi um processo coletivo, protagonizado por diferentes pessoas”, explica Mario Marcondes, professor de história da Plataforma Professor Ferretto.

A seguir, Mario Marcondes 5 sobre a Independência do Brasil que você provavelmente não sabe. Confira! 

1. Mulheres que desafiaram seu tempo

Se a história oficial costuma destacar nomes masculinos, a Independência também foi marcada pela coragem e pela atuação de mulheres que enfrentaram preconceitos e limites sociais de sua época. 

“É fundamental mostrar que a Independência também foi feita por mulheres, muitas vezes silenciadas na narrativa oficial. Por exemplo, Maria Quitéria de Jesus, na , disfarçou-se de homem para integrar o exército e lutar nas batalhas contra os portugueses. Se tornando a primeira mulher a ser reconhecida oficialmente como militar no Brasil, recebendo condecorações e honrarias por sua bravura”, afirma o professor.

2. Escravizados na linha de frente

Embora a abolição da escravidão só tenha acontecido em 1888, mais de 60 anos depois da Independência, os negros, escravizados e libertos, foram presença marcante nas batalhas que garantiram a separação com . No Norte e no , especialmente, foram recrutados em grande número, muitas vezes com a promessa de liberdade como recompensa pelo serviço militar.

“Os negros não só lutaram, como foram decisivos em diversas batalhas. A história precisa reconhecer que a Independência foi conquistada também pelo sangue dos escravizados, e não apenas pelas elites”, destaca Mario Marcondes.

3. O papel do povo na Bahia

Se o grito de Dom Pedro em 7 de setembro de 1822 marcou simbolicamente o início da Independência, foi na Bahia, meses depois, que ela de fato se consolidou. A resistência das tropas portuguesas se estendeu até julho de 1823, quando foram derrotadas em por um movimento que envolveu soldados, camponeses, escravizados, mulheres e outros setores populares.

“O 7 de setembro é simbólico, mas foi na Bahia que a Independência ganhou corpo. A data de 2 de julho, celebrada até hoje na Bahia, marca o triunfo dessa luta coletiva e é considerada por muitos historiadores como a verdadeira Independência brasileira”, ressalta Mario Marcondes.

Durante a Independência, os interesses econômicos se mostravam divididos Imagem: Will Rodrigues | Shutterstock

4. A elite dividida

Ao contrário do que sugere a visão simplificada dos livros didáticos, a Independência não foi unanimidade entre as elites. Muitos comerciantes portugueses radicados no Brasil tinham fortes interesses econômicos em manter os vínculos com Lisboa, seja para preservar privilégios comerciais ou por fidelidade .

“É um erro achar que todos estavam alinhados com a Independência. Muitos grupos da elite eram contrários, e isso reforça como o processo foi mais complexo do que a narrativa oficial faz parecer. Essa divisão criou tensões internas que prolongaram os conflitos mesmo após a proclamação. Havia setores favoráveis à Independência, que viam nela oportunidade de ampliar autonomia econômica e política, mas também muitos resistentes”, explica o professor.

5. Um processo nada pacífico

A ideia de que a Independência foi conquistada sem derramamento de sangue é um mito que ainda persiste. Na realidade, os confrontos armados se prolongaram por meses em diferentes regiões do país, como na Bahia, no , no Piauí e no Pará, onde houve resistência ativa de tropas portuguesas.

“A ideia de que a Independência foi pacífica é um mito. Ao contrário da imagem de uma independência ‘harmoniosa’, a separação de Portugal foi sangrenta, marcada por batalhas, sacrifícios e perdas humanas significativas”, conclui o professor Mário Marcondes.

Por Clinton Dantas

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