Urubus, filme que retrata o universo dos pichadores de São Paulo, estreia nos cinemas em junho

Urubus, longa dirigido por Claudio Borrelli com produção executiva de Fernando Meirelles, estreia nos cinemas brasileiros no dia 1º de junho, com distribuição da O2 Play.

Como descreve o Tela Viva, o filme acompanha a história de Trinchas (Gustavo Garcez), jovem líder de um grupo de pichadores que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Quando ele conhece a estudante de arte Valéria (Bella Camero, de “Marighella”), seus diferentes modos de vida entram em choque e disso resulta a invasão da 28ª Bienal de São Paulo. Além de Gustavo Garcez e Bella Camero, estão no elenco Bruno Santaella, Júlio Martins, Roberto Orlando e Matias Antônio.

O longa-metragem tem roteiro assinado por Mercedes Gameiro, Claudio Borrelli e Cripta Djan, que trouxe para a história os elementos de ficção baseados em sua própria experiência como pichador.

Divulgação

Em uma entrevista para nosso portal – que assistiu ao filme com exclusividade – Djan responde algumas perguntas sobre Urubus, e descreve um pouco da experiência que o curta traz ao público.

Como descreveriam o filme para uma pessoa, – fugindo um pouco de uma sinopse normal – visando ganhar um espectador?

– Urubus é um longa fictício baseado em fatos reais que retrata o submundo do movimento da pixação na cidade de São Paulo. O filme mostra como funcionam os códigos de conduta que regem a estrutura do movimento pixo e sua dinâmica na cidade, mostrando como esses jovens transitam entre a periferia e o centro, e como o pixo paulista borra e questiona os limites usuais entre arte e política.

A do grafite/pixo é algo bem forte no subúrbio, tanto em São Paulo quanto em outras grandes metrópoles. Além do grande acontecimento de 2008, houve alguma outra inspiração para o longa?

– Além da invasão da Bienal de 2008, o filme é inspirado em várias histórias reais do universo do pixo, retratando tretas, intrigas, festas e points (ponto de encontro de pixadores semanais que acontecem no centro da cidade). Além de retratar também a disputa radical e criativa que acontece nas ruas da cidade.

Vimos dentro do filme alguns personagens com personalidades fortes, de onde veio a inspiração para desenvolver a história dos mesmos?

– A inspiração para os personagens vem direto do meu ciclo de vivência e amizades que fiz ao longo desses 20 anos dentro do movimento pixação. Tem personagens com referências a mais de um amigo, misturei as características de alguns para criar personagens únicos para o filme.

Além de representar a importante história da Bienal, de que forma o longa agrega na cultura do pixo/grafite de rua?

– Urubus é uma obra que venho para eternizar a memória da pixação como um movimento de vanguarda, não somente da arte de rua como pós-contemporânea.

Para a escolha do elenco, como foi o processo? Foi algo demorado para achar os atores certos ou conseguiram rapidamente?

– A escolha do elenco foi feita pela Fátima Toledo, a mesma preparadora de elenco do filme Cidade de Deus. O grande desafio foi fazer com que os pixadores fossem aos testes. Muitos tinham receio de ser alguma arapuca do sistema, outros não foram devido à dificuldade de acordar cedo por passarem a noite pixando, ou porque tinham que trabalhar para garantir a sobrevivência.

Vale lembrar que Urubus foi vencedor da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo nas categorias do Público como Melhor Filme de Ficção Brasileiro e da Crítica como Melhor Filme Brasileiro. O longatambém teve reconhecimento internacional ao conquistar os prêmios de Melhor Filme e Atriz Coadjuvante (Bella Camero) no British Independent Film Festival; Melhor Diretor no Manchester International Film Festival; Prêmio do Júri no Narrative Feature Film, do Fabrique Du Cinéma Awards, presidido por Matt Dillon; e o LAIFFA Winter Award – Winner, no Los Angeles Independent Film Festival Awards.

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