UBS faz oferta de compra do Credit Suisse por até US$ 1 bilhão, diz jornal

O UBS Group fez uma oferta para comprar o Credit Suisse por até US$ 1 bilhão, com o governo suíço planejando mudar as leis do país para contornar a votação dos acionistas sobre a transação, informou o Financial Times neste domingo, 19.

As autoridades têm se esforçado para resgatar o banco de 167 anos, um dos maiores gestores de patrimônio do , antes da reabertura dos mercados financeiros na segunda-feira, 20. Como um dos 30 bancos globais sistemicamente importantes, a falência do Credit Suisse se espalharia por todo o sistema financeiro.

O Financial Times informou que o acordo foi definido para ser assinado ainda na noite deste domingo. Citando fontes familiarizadas com o assunto, o jornal afirma que uma oferta foi feita na manhã de domingo a 0,25 francos suíços (US$ 0,27) por ação do Credit Suisse, bem abaixo do preço de fechamento de sexta-feira, de 1,86 francos suíços e praticamente eliminando os atuais acionistas do banco.

O UBS também teria insistido em uma “mudança material adversa” que anula o acordo no caso de seus spreads de inadimplência de crédito saltarem 100 pontos-base ou mais. No entanto, a situação estaria mudando rapidamente e não há garantia de que os termos permanecerão os mesmos ou que um acordo será alcançado.

Uma pessoa com conhecimento das negociações disse à agência de notícias Reuters que o UBS estava buscando US$ 6 bilhões do governo suíço como parte de uma possível compra de seu rival.

As garantias que o UBS está buscando cobririam o custo da liquidação de partes do Credit Suisse e possíveis acusações de litígio, disseram duas fontes à agência de notícias.

Uma fonte alertou anteriormente que as negociações estão encontrando obstáculos significativos, e 10.000 empregos podem ter que ser cortados se os dois bancos se unirem. A Associação Suíça de Empregados de Bancos pediu neste domingo a criação imediata de uma força-tarefa para lidar com o risco aos empregos.

Estados Unidos e Suíça: respostas diferentes

As frenéticas negociações deste fim de semana sobre o futuro do Credit Suisse seguem-se a uma semana devastadora para as ações de bancos e esforços na Europa e nos Estados Unidos para fortalecer o setor após o colapso dos bancos americanos Silicon Valley Bank e Signature Bank.

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, agiu para proteger os depósitos dos consumidores, enquanto o banco central suíço emprestou bilhões ao Credit Suisse para estabilizar seu balanço.

Já na Suíça, o UBS está sob pressão das autoridades suíças para assumir o controle de seu rival local e controlar a crise.

O plano pode resultar na cisão dos negócios suíços do Credit Suisse e, de acordo com a Bloomberg, as negociações de aquisição estavam colocando em dúvida os planos de separar seu banco de investimentos sob a marca First Boston.

As autoridades dos EUA estão trabalhando com suas contrapartes suíças para ajudar a intermediar um acordo, informou a Bloomberg, enquanto a Sky News reporta que o Banco da Inglaterra indicou a contrapartes internacionais e ao UBS que apoiaria a proposta de aquisição do Credit Suisse, que considera a Grã-Bretanha como um mercado importante.

O Credit Suisse e o UBS se recusaram a comentar, e o governo suíço não respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito pelo Financial Times.

O que pode acontecer se o Credit for vendido ao UBS?

Kian Abouhossein, do JPMorgan, prevê que, se o UBS assumisse o Credit Suisse, faria uma IPO da CS Swiss, fecharia o banco de investimento do Credit Suisse e manteria os braços de gerenciamento de ativos e patrimônio.

O analista diz, porém, que fechar o banco de investimento do Credit Suisse implicaria 9,7 bilhões de francos suíços em custos de reestruturação, embora rendesse algo em torno de 64 bilhões de francos suíços.

Por que o Credit Suisse está em crise?

Depois do pânico gerado pela falência do SVB, foi a vez do Credit Suisse adicionar doses de preocupação ao mercado. Na terça-feira, 14 de março, o banco afirmou ter encontrado “fraqueza material” em seus balanços e descartou o pagamento de bônus a executivos após o pior desempenho anual da instituição desde a crise financeira global.

Mas a verdade é que desde 2022, o banco já vem fazendo cortes de custos, o que incluiu fechamento de postos de trabalho. Em 2021, o banco sofreu uma perda de R$ 5,5 bilhões, relacionada ao fundo Archegos Capital Management. O banco também sofreu perdas bilionárias com o Greensill.

Agora, em março de 2023, Securities and Exchange Commission (SEC), que é a CVM dos EUA,  apresentou questionamentos sobre a evolução do fluxo de caixa de 2019 e 2020.

*Com informações de Reuters, Financial Times e Bloomberg

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