A final da Copa Libertadores, um dos torneios mais prestigiosos do futebol sul-americano, historicamente tem sido disputada em dois jogos. Essa tradição não é apenas uma questão de formato; ela representa a chance de as equipes mostrarem sua força em casa e fora, criando uma tensão e emoção únicas. Recentemente, a proposta de realizar a final em jogo único levantou questionamentos sobre o que realmente está em jogo.
A final única para a Copa Libertadores foi instituída pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Comnebol) desde 2019. Até o momento, a principal competição de clubes de futebol da América do Sul era decidida em dois jogos — ou três, dependendo do regulamento em vigor.
A Experiência dos Torcedores
Para os torcedores, a final em dois jogos oferece a oportunidade de uma experiência completa. Os fãs têm a chance de viajar para a cidade do adversário para apoiar seu time, algo que fortalece a rivalidade e a paixão pela competição. No entanto, a final em jogo único limita essa experiência, tornando-se um evento que pode ser menos inclusivo e emocionante, especialmente para os torcedores que não podem se deslocar.
Desde 2019, com o objetivo de replicar o formato de final única da Champions League, a Conmebol preteriu os clubes e seus fãs. A decisão de uma única partida na América do Sul é inacreditável. Apenas causa transtornos aos clubes e complica a vida das torcidas.
Impacto no Desempenho das Equipes
Além dos aspectos emocionais, a mudança para um jogo único pode afetar o desempenho das equipes. O formato atual permite que um erro ou uma má fase em um dos jogos não seja decisivo, dando às equipes a chance de se recuperarem. Por outro lado, um jogo único transforma a partida em uma verdadeira loteria, onde tudo pode acontecer em uma única noite, prejudicando a justiça esportiva.
Devido às extensas distâncias, escassez de transporte aéreo e hoteleiro, e falta de ligações ferroviárias, a única final é um problema que deixa o jogo e a Conmebol vulneráveis a decepções. Ocorreu na final da Copa Sul-Americana, que segue o mesmo formato. A partida entre Athletico-PR e Red Bull Bragantino ocorreu no Estádio Centenário, em Montevidéu, que estava completamente vazio.
A decisão da Libertadores deste ano, provavelmente envolvendo Botafogo e Atlético-MG, está agendada para o Monumental de Núñez, em Buenos Aires, com capacidade para 86 mil espectadores.
Portanto, a decisão de realizar a final da Libertadores em jogo único não apenas ameaça a tradição que a competição carrega, mas também limita as experiências enriquecedoras que acompanham os dois jogos. É essencial que se reavalie essa mudança e se considere o valor da história e da emoção que a Libertadores proporciona ao futebol sul-americano.