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“Não vou ser atendido por preto”. Os chocantes relatos de racismo em hospitais do DF

O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) postou mensagem de apoio ao jogador de futebol Vinicius Júnior, do Real Madrid, vítima de ataques racistas. Na publicação, profissionais de revelaram episódios que eles próprios foram alvo de racismo e preconceito.

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“Já fui chamada de macaca, então, eu nunca duvido quando alguém me conta algo parecido. O triste é que os hospitais não dão o devido cuidado quando sofremos isso dentro do estabelecimento”, desabafou uma pessoa que atua na área de saúde.

Em outro relato, a profissional contou que o paciente disse que “era uma tortura ser cuidado por gente de cor”. O homem prosseguiu dizendo: “Nojo de vocês, você fedem”.

Uma mulher relatou ter sido chamada de “pretinha pobre” por um paciente. Outra comentou que um homem internado dirigiu-lhe a seguinte ofensa: “Negrinha de favela”. “E ainda pediu para outra técnica atendê-lo, pois não queria ser atendido por mim”.

“Cheguei a ser trocada de escala, a pedido do paciente idoso (que relatou ser alemão e mencionou algo sobre a infância e o que presenciou em campo de concentração). Ele perguntou para a enfermeira-chefe se teria alguém de cor clara para cuidá-lo. E assim foi feito”, revelou a profissional.

Discriminação tripla

Pelo diagnóstico do presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha, os relatos apontam que a enfermagem é triplamente discriminada, por ser majoritariamente feminina, negra e de baixa renda. “Sofrem discriminação racial, social e de gênero, por parte de pessoas que geralmente estão sob seus cuidados de saúde”, ressaltou.

Para Noronha, esse quadro reforça a importância da efetivação do piso da enfermagem, para combater o preconceito e a desigualdade. “Estamos diante de um problema que demanda ações concretas e campanhas educativas por parte do poder público”, explicou.

Serviço – Conheça canais de denúncia

Polícia Civil (PCDF) – a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa, ou com Deficiência (Decrin) funciona das 12h às 19h, de segunda a sexta-feira. Mas denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia do DF, na delegacia eletrônica, ou pelo 197.

Câmara Legislativa (CLDF) – a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa (CLDF) atende pelos telefones: (61) 3348-8701 / 3348-8703, WhatsApp para denúncias: (61) 99904-1681, pelo e-mail: direitoshumanos@cl.df.gov.br ou pelo link.

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