Até a manhã desta quarta-feira, 5, os mercados parecem ter recebido com ceticismo a declaração do presidente Donald Trump de que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Faixa de Gaza e transformá-la em uma “Riviera do Oriente Médio”. Os preços do petróleo não tiveram nenhuma alteração evidente.
Trump se pronunciou sobre Gaza ao lado do premiê israelense Benjamin Netanyahu, seu primeiro convidado internacional neste segundo mandato.
O presidente defendeu a ideia de que a população palestina deveria ser realocada em outros países da região. “As pessoas que vivem lá agora poderão viver em paz, em uma situação muito melhor, porque estão vivendo no inferno”, disse.
A Reuters informa que a proposta de Trump é bastante parecida com uma ideia de seu genro, Jared Kushner, que defendeu no ano passado que as propriedades à beira-mar em Gaza poderiam ser muito valiosas.
Desempenho dos mercados
Na Ásia, os mercados tiveram um desempenho misto nesta quarta-feira, 5. Investidores estão mais tranquilos ao perceber que a China foi contida nas suas medidas de retaliação contra as tarifas impostas por Trump. Segundo o JPMorgan, as novas tarifas chinesas se aplicam a produtos que representaram, no ano passado, apenas US$ 14 bilhões em importações.
O índice Kospi, da Coreia do Sul, subiu mais de 1%, enquanto o Nikkei 225, do Japão, avançou 0,1%. Já o CSI 300, da China, caiu cerca de 0,6% após o feriado do Ano-Novo Lunar.
Pequim estabeleceu uma taxa de câmbio fixa de 7,1693 yuans por dólar, o que tranquilizou investidores temerosos de que o país pudesse permitir uma desvalorização acentuada da moeda local para compensar o impacto das tarifas americanas.
De acordo com informações da Reuters, o dólar subiu 0,5% em relação ao yuan no mercado onshore e alcançou o nível praticado no mercado offshore. Ainda assim, está bem abaixo da máxima recorde de segunda-feira, de 7,3765.
No Japão, o dólar caiu 0,6% em relação ao iene. A valorização da moeda japonesa é reflexo da contínua alta nos rendimentos dos títulos do governo japonês, que atingiram níveis não vistos desde 2008.
Na Europa, o futuro das ações operam em leve queda. Trump continua dizendo que a União Europeia é um de seus alvos para imposição de novas tarifas alfandegárias.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros da Nasdaq caíram cerca de 0,5% após a Alphabet, controladora do Google, ter divulgado resultados abaixo das expectativas do mercado. As ações da companhia caíram 7,6% no after market — o que diminuiu seu valor de mercado em US$ 192 bilhões.
Fonte: Exame