O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (4) com leve alta de 0,17%, cotado a R$ 5,6455, em movimento contrário ao enfraquecimento global da moeda americana. Apesar de dados econômicos desanimadores nos Estados Unidos – que reforçaram as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve ainda este ano – o real perdeu fôlego diante das incertezas sobre as medidas fiscais do governo brasileiro. O mercado, que na terça-feira havia reagido positivamente a rumores de ajustes estruturais nas contas públicas, mostrou-se mais cauteloso nesta quarta, com operadores apontando para a falta de detalhes concretos sobre as propostas que substituiriam as alterações no IOF.
Enquanto isso, no mercado externo, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes – rompeu a barreira dos 99 pontos, atingindo mínima de 98,673. O fraco desempenho da economia americana ficou evidente com a divulgação do PMI de serviços, que caiu para 49,9 em maio (abaixo do nível de 50 que separa expansão de contração), e do relatório ADP, que mostrou a criação de apenas 37 mil empregos no setor privado contra expectativas de 130 mil.
Ibovespa recua pressionado pela Petrobras
O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,40%, aos 137.001,58 pontos, com volume financeiro de R$ 22 bilhões. O desempenho negativo foi puxado principalmente pelas ações da Petrobras, que caíram cerca de 2,9% tanto nas unidades ordinárias quanto preferenciais. A pressão sobre a petroleira veio em meio a notícias de que a Arábia Saudita estaria disposta a aumentar a oferta de petróleo nos próximos meses, priorizando a recuperação de participação de mercado em detrimento dos preços do barril.
O setor financeiro também contribuiu para o tombo do índice, com Banco do Brasil (-2,74%) e Santander (-2,35%) entre os maiores perdedos do dia. A Vale, única blue chip a fechar no azul com alta de 0,46%, ajudou a limitar as perdas, beneficiada pela recuperação de mais de 1% nos preços do minério de ferro nos mercados asiáticos.
Perspectivas
Apesar do recuo desta quarta, o Ibovespa mantém-se praticamente estável na semana (-0,02%) e acumula alta expressiva de 13,90% no ano. Os próximos dias devem ser marcados pela continuação do debate sobre as medidas fiscais no Brasil e pela expectativa em relação às decisões de política monetária nos EUA, com investidores atentos a qualquer sinal que possa antecipar ou postergar os esperados cortes de juros pelo Fed. Enquanto isso, o mercado de commodities segue como fator de volatilidade para as ações ligadas ao setor, especialmente petróleo e minério de ferro.
Fonte: Jovem Pan