Fotografia em pele negra é realmente difícil ou não há interesse em aprender?

Texto por Jordan Vilas – Fotógrafo 

Tendo como base experiências negativas ao realizar um ensaio fotográfico, muitas pessoas me questionam se realmente há uma diferença entre fotografar pessoas brancas e negras. Fotografia é luz e sombra, todo fotógrafo ouviu isso pelo menos alguma vez na vida e aprendeu a medir a luz tendo como base o fotômetro. 

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Existem estudos que comprovam que a cor branca espalha mais luz enquanto a cor preta absorve luz e, na prática, você pode testar isso no fundo fotográfico ou na camiseta que você veste para tirar um retrato. Quando você utiliza um fundo branco, a possibilidade de entrar mais luz na sua fotografia é muito maior, fazendo com que o profissional tome muito mais cuidado na hora de configurar o seu flash. Por outro lado, no fundo preto o controle de luz na teoria é maior e, assim, também se aplica na blusa que você está vestindo. Sim a blusa branca facilita a entrada de luz no seu rosto.

Tendo isso como base, a dúvida que fica é: a cor da pele interfere no resultado da foto? Sim, e não precisa procurar muito para encontrar clientes negros insatisfeitos ao realizar um ensaio fotográfico pela falta de cuidado com o tom da sua pele. Muitos profissionais sentem dificuldades em fotografar pele negra por não saber a quantidade de luz correta ao fotografar o mesmo e por isso você pode encontrar fotos muito escuras ou claras demais podendo ver até mesmo a luz do fundo desproporcional com a do modelo.

Outra grande reclamação é na edição dessa “cor de pele” já que os softwares de edição ainda reconhece o tom de pele negro como laranja ou magenta dificultando uma edição de tonalidades mais natural deixando o modelo laranja ou roxo. Mas ao que se deve tanta displicência aos profissionais da área para com a pele negra? Talvez o mercado?

A fotografia é elitista. No seu inicio, era a responsável por registrar famílias imperialistas de poder aquisitivo muito alto e obviamente brancas. E com o passar dos anos a indústria pouco mudou. O mercado fotográfico é consumido na sua grande maioria por pessoas brancas e por isso a dificuldade de encontrar um profissional que se interesse e tenha o cuidado necessário ao registrar a negritude.

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