Deslizamento de terra no sul do Equador deixa ao menos 16 mortos

Pelo menos 16 pessoas morreram em um deslizamento de terra no sul do Equador, provocado pelas intensas chuvas registradas no país desde janeiro, informou a Secretaria Nacional de Gestão de Riscos (SNGR) nesta segunda-feira, 27.

O deslizamento, que ocorreu na noite de domingo, 26, em Alausí, província de Chimborazo, também deixou sete desaparecidos, 16 feridos, cerca de 500 desabrigados e dezenas de casas soterradas pela lama, segundo o boletim.

“Nós ficamos na rua, na minha família são nove os que morreram. Estão soterrados”, disse em soluços Luis Gonzales, entrevistado pelo canal Teleamazonas.

O homem buscava sua irmã sem esperanças, pois anunciaram que “tudo está coberto” pelos escombros.

No Twitter, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, disse que as equipes de bombeiros se mobilizam desde a madrugada “para atender os cidadãos afetados”.

“O governo está totalmente ativo, focado na tragédia de Alausí”, expressou o mandatário em um vídeo publicado na mesma rede social.

Imagens divulgadas pela imprensa local mostravam dezenas de socorristas e de civis tentando remover os escombros, com a ajuda de lanternas, no meio da noite.

Durante o dia, uma imensa mancha de lodo se estendia até às montanhas que rodeiam a cidade, habitada por 45 mil pessoas. Dentro da cidade, rostos desiludidos e cheios de lágrimas aguardavam por notícias.

Atenção aos afetados

A área onde ocorreu o deslizamento estava em “alerta amarelo” desde fevereiro, devido a deslizamentos de terra. Além disso, as autoridades alertaram sobre o desabamento da estrada E35 no setor Casual, de onde caiu parte da montanha.

O governo de Chimborazo indicou que está preparando centros de coleta de alimentos para atender os afetados. As Forças Armadas colaboram com o transporte de insumos para os alojamentos temporários.

Por sua vez, a Cruz Vermelha está no local do deslizamento e presta “atendimento pré-hospitalar” às vítimas. Habitantes de povoados vizinhos chegaram de madrugada para ajudar no resgate.

Alausí é conhecido mundialmente pelo “Nariz do Diabo”, uma grande encosta por onde passa a linha ferroviária trans-andina do Equador, um trecho conhecido como o “trem mais difícil do ” devido à sua periculosidade.

Desde janeiro, as fortes chuvas já deixaram 22 mortos e 346 desabrigados no Equador; mais de 6,9 mil casas foram afetadas, e 72 destruídas, segundo o SNGR.

As províncias mais afetadas são as costeiras de Manabí, Guayas, Santa Elena, El Oro Santo Domingo de los Tsáchilas e Los Ríos, e as andinas de Cotopaxi, Bolívar e Chimborazo.

De acordo com a SNGR, desde o início do ano, foram registrados 987 eventos perigosos relacionados com os temporais, como inundações e deslizamentos de terra.

Na semana passada, as chuvas e um terremoto que deixaram 15 mortos obrigaram o governo a declarar estado de emergência por 60 dias em mais da metade do país, a fim de mobilizar recursos econômicos para atender os desabrigados.

Em fevereiro, as chuvas levaram à suspensão, por cinco dias, da extração de petróleo bruto, porque um oleoduto estava em perigo pela queda de uma ponte.

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