Crítica – “Shazam! Fúria dos deuses” entra uma história simples, divertida e bem-feita

Shazam! Fúria dos deuses
Divulgação/Warner Bros.

Shazam retorna aos cinemas para dar continuidade a sua narrativa descontraída. O novo filme introduz uma nova família de deusas que expressam a sua fúria pelo poder roubado. Dentro dessa construção, o longa se destaca comparado ao anterior e mantém a fórmula simples que funciona bem.

Após receber o dom de um mago, Billy Batson (Asher Angel) continua vivendo os desafios de se transformar em um adulto super-herói (Zachary Levi) ao falar a palavra Shazam. Dessa vez, ele trabalha em equipe junto com os irmãos de consideração, que também possuem o poder e juntos defendem a cidade de grandes perigos.

Mais uma vez, o jeito desastroso do herói gera complicações e as consequências geram a vingança das três deusas, filhas de Atlas, Hespera (Helen Mirren), Kalypso (Lucy Liu) e Anthea (Rachel Zegler). As lutas se tornam mais potentes com as reviravoltas que a história dá a partir desse contexto.

Logo no início, o longa traz uma perspectiva intimista do herói que é desenvolvida com o decorrer dos acontecimentos. Billy possui uma série de traumas que são mais tocáveis nessa trama, uma vez que ele está mais aberto a dizer o que sente e isso muda completamente a dinâmica do garoto em relação a família.

A responsabilidade de ter os irmãos no campo de batalha mostra uma reviravolta no sentimento de equipe que o herói apresenta, uma vez que anteriormente ele era considerado um pouco mais egoísta. Tal percepção é bem trabalhada pelo roteiro e concede ao telespectador uma visão mais ampla do personagem. Isso contribui para o futuro de Shazam no universo da DC, que será consolidado de forma interessante dado os acontecimentos desse longa e pelas cenas pós-créditos.

A ideia das três deusas funciona bem no início dos primeiros atos, em que elas estão sendo apresentadas e conseguem surpreender brevemente o telespectador. Mas os aspectos da relação das três é visto de forma mais superficial e isso acontece porque o filme precisa dar conta de muitos conflitos com a quantidade maior de personagens.

No entanto, a história poderia se perder mais facilmente dado a complexidade dessa estrutura da narrativa. O que mantém o fio de compreensão é manter o foco da relação do personagem principal com seu irmão Freddy (Jack Dylan Grazer). O personagem tem um upgrade ao lidar com o mesmo poder do irmão e se transformar em um herói, interpretado por Adam Brody.

Nas poucas cenas em que os atores passam pela transição de crianças para os heróis, é possível enxergar um esforço que a produção teve ao manter características e ao mesmo tempo acrescentar traços da personalidade nos atores mais velhos que vivem as crianças como heroínas. Tal aspecto revela uma boa conexão da atuação e esse é um dos pontos positivos mais altos do filme.

Os detalhes e brincadeiras salvam e prejudicam “Shazam! 2” ao mesmo tempo

Assim como o primeiro longa, a produção está repleta de detalhes que encantam o telespectador. Isso porque se remetem a produções de outros filmes da DC, referências a cultura pop e piadas que arrancam muitas risadas do público no geral. Dessa vez, eles investiram mais ainda nessa fórmula e até uma citação quase direta aos Vingadores acontece.

Esses detalhes funcionam porque se adequam a proposta descontraída do filme. É para ser uma história divertida e leve, não é um enredo forte e conceitual sobre heróis. Não é uma obra que se espera algo grandioso e ainda assim, surpreende nitidamente nas pequenas criações. Perante a isso, um dos maiores impactos são as criaturas do Reino dos deuses, são detalhistas, originais e se destacam dentre muitos outros filmes que tentam mostrar um novo universo. Comparando por ser uma recente experiência cinematográfica, o Reino Quântico da Marvel prometeu mais e não entregou tanto quanto esses aspectos visuais e criativos desse filme da DC.

Por outro lado, é nessa mesma construção que o roteiro de Henry Gayden e Chris Morgan escorrega. A grande quantidade de informações se perdem em alguns momentos, da mesma forma que as piadas são boas, elas conseguem exagerar e não gerar sentido em partes da trajetória. Um olhar mais analítico, enxerga esses pequenos defeitos que se fossem trocados por um desenvolvimento melhor dos novos personagens, seria facilmente corrigido.

“Shazam! Fúria dos deuses” é dirigido por David F. Sandberg, que consegue se adequar bem a proposta de um filme simples e bem feito. O filme surpreende o telespectador com aparições da Mulher Maravilha, piadas dentro do contexto e detalhes admiráveis. Ao mesmo tempo, apresenta algumas fraquezas de roteiro que podem não incomodar tanto, mas existem.

Quanto ao futuro da DC após essa conclusão, é possível esperar que grandes coisas estejam por vir, mesmo que James Gunn mude algumas narrativas e escalações. A Sociedade da Justiça promete ser o novo arco do universo e se seguir dessa forma, pretende surpreender positivamente os telespectadores.


























Avaliação: 4 de 5.

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