Brasil de Fato faz 20 anos e comemora uma caminhada de luta pela democracia

Jornal Brasil de Fato completa 20 anos

Imagem: Brasil de Fato/Arquivo

Hoje o Brasil de Fato produz conteúdo adaptado para todas as mídias, levando temas sociais e políticos com o ponto de vista dos movimentos populares e da esquerda nacional

Imagem: Brasil de Fato/Arquivo

Há duas décadas, no Auditório Araújo Viana, um evento reuniu mais de sete mil pessoas. Na ocasião, durante o Fórum Social Mundial de 2003, acontecia a cerimônia de lançamento do jornal Brasil de Fato. 

Com a presença do escritor uruguaio Eduardo Galeano, a médica cubana Aleida Guevara, filha de Che Guevara, o linguista estadunidense Noam Chomsky, a argentina Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio e outros grandes nomes da esquerda nacional e internacional, o projeto pretendia ser um veículo com foco popular e que pudesse levar a visão dos movimentos populares para todo o Brasil. 

De acordo com o primeiro editor do jornal, o jornalista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) José Arbex, o Brasil de Fato nasceu para “competir com os jornalões”.

João Pedro Stedile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), conta que a ideia surgiu a partir da necessidade da esquerda e dos movimentos populares encontrarem o próprio espaço. 

“É necessário que tenhamos a nossa própria voz, nossos meios de comunicação de massa, e não ficar apenas dependendo de veículos de outras classes”, afirma.

Brasil do futuro

Após passar por boicotes empresariais, pela expansão da internet e continuar competindo com a grande mídia, o Brasil de Fato acumula grandes conquistas.

Em 2022, em um único mês atingiu 11 milhões de visualizações no seu portal, produz conteúdo que vão para 280 rádios comunitárias e educativas em todo o Brasil e possui edições regionais em noves estados: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Além disso, o jornal também conta com correspondentes fixos na Argentina, Venezuela, Rússia, Cuba e Estados Unidos, além de parcerias com veículos do todo.

Vinte anos depois, a atual diretora do veículo, a jornalista Nina Fideles, explica que o Brasil de Fato sempre respondeu à demanda de um projeto popular, de trazer as discussões de esquerda e comunicação.

“Hoje, conseguimos chegar nesses 20 anos com uma consolidação do que é o veículo, de seu alinhamento político e da tarefa de ocupar todas as mídias para disputar essa narrativa”, diz Nina.

Ao olhar para trás, João Arbex acredita que a criação do jornal foi essencial para a esquerda brasileira.

“O Brasil de Fato é uma conquista dos trabalhadores brasileiros. É assim que ele tem que ser encarado, é assim que ele tem que ser defendido, e é assim que ele tem que continuar. Um patrimônio dos trabalhadores brasileiros”, conclui.

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