Bolsonaro deixou rombo de bilhões na Caixa e penalizou mais pobres

Bolsonaro deixou rombo de bilhões na caixa e penalizou pobres

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Pedro Guimarães, ex-presidente da CEF e o ex-presidente Jair Bolsonaro sacrificaram liquidez do banco para tentar reeleição

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Duas iniciativas tomadas pelo governo Bolsonaro extremamente próximas das eleições presidenciais de 2022 estão sendo acusadas pela presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Rita Serrano, por elevar o endividamento das camadas mais vulneráveis da população e reduzir os índices de liquidez do banco.

A executiva se refere ao empréstimo consignado sob o Auxílio Brasil e o programa de Micro finanças. Para o economista e integrante do Instituto Conhecimento Liberta Eduardo Moreira, foi na CEF que Jair Bolsonaro conseguiu implementar um verdadeiro golpe.

“Foram dezenas de bilhões, não é milhões, para tentar comprar uma eleição. Na Caixa, Bolsonaro tinha o comparsa perfeito, Pedro Guimarães, disposto a fazer tudo para a reeleição”, afirma Moreira.

O programa Micro Finanças, relata Rita Serrano, envolveu mais de R$ 3 bilhões em empréstimos que atendeu 3,86 milhões de clientes e está, no momento, com um índice de inadimplência que já ultrapassou 80%.

Sem critérios

A maior parte das perdas da ação será coberta pelo Fundo Garantidor de Micro finanças (FGM) que vai utilizar recursos do FGTS.

De acordo com Moreira, essa linha de crédito fez empréstimo para quem estava negativado sem critério nenhum e a sua concessão se encerrou “obviamente quando acabou a eleição”.

Houve durante o processo, muitas induções a erro, entende o economista.

“Muita gente, por incrível que pareça, desconhecia que esse empréstimo tinha que ser pago. Entendiam como um auxílio do governo. Fizemos pesquisas que apontaram isso. Como foi possível? Porque foi estabelecido e vendido para ganhar votos. A ordem era para dar o quanto fosse possível”, fala.

Na análise de Moreira, Bolsonaro frente ao favoritismo de Lula viu na CEF uma arma poderosa diante o seu principal problema que residia nos cidadão que tinham renda entre zero e dois salários mínimos.

“Daí veio o aumento do Auxílio Emergencial, mas como ele implantado no início do ano não surtiu o efeito desejado, acendeu a luz amarela. Como plano B, a Caixa, o banco de todos os brasileiros e que chega em todos os municípios, foi usado”.

Consignado

Como não foi suficiente, continua Moreira, “veio a ideia perversa do consignado em cima do Auxílio Emergencial. E ele veio com tudo, os números mostram, no segundo turno. Quase tudo foi liberado entre o primeiro e o segundo turno. A coisa mais escabrosa, mais criminosa, mais escancarada que – eu tenho para mim – já tenha acontecido no planeta em uma eleição. Só tinha uma coisa acontecendo no Brasil nesse período, a eleição. E não se pode fazer isto”, conclui.

Rita Serrano informa que no consignado do Auxílio Brasil foram desembolsados R$ 7,6 bilhões para 2,97 milhões de clientes apenas na CEF.

A linha de crédito foi lançado às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, durante a gestão da ex-presidente Daniella Marques. Ela sucedeu Guimarães que, sob denúncias de assédio sexual na CEF, pediu demissão do cargo.

Rita Serrano diz que no caso do consignado a inadimplência “ainda se mantém sob controle, visto que os pagamentos são descontados na fonte”.

Segundo a presidente da CEF, tanto o programa de Micro finanças quanto o consignado do Auxílio Brasil que foram extintos pela atual diretoria estão sob investigação por órgãos de controle, fiscalização e pela auditoria interna do banco.

 

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